A ideia de intérprete do Brasil remete a uma discussão conceitual ampla e qualificada por autores que, na maioria das vezes, versa sua produção por temas e conceituações que qualificam aspectos formativos da sociedade. Exemplos clássicos nesse sentido é a análise que Antonio Candido faz, num prefácio para edição comemorativa de “Raízes do Brasil” que afirma o caráter inaugural de uma tríade consolidada por estudiosos do tema; “Casa grande e Senzala” (1933), “Raízes do Brasil” (1937) e “Formação do Brasil Contemporâneo” (1942), são fundantes na possibilidade de chave heurística para explicar o somos.
Sempre há espaço para que autores de “segunda mão” apareçam como precursoras de conceituações originais e possam sim, fazer parte do Panteão daqueles que “pensam o Brasil”. “Os donos do poder” (1958), “Revolução Burguesa no Brasil” (1976) e outros são significativos nesse sentido, pois oferecem subsídios para ampliar o entendimento da formação do papel da Elite proprietária na construção do Estado – para Faoro, com forte caráter patrimonial – e sua medular ação contrarrevolucionário – na autocracia burguesa de Florestan. Dessa forma, um movimento crescente de interpretações e de entendimento da sociedade e das classes que a constituem e fruto de boa e pertinente análises.
O pernambucano Leôncio Basbaum (1905-1968) é um expoente dessa tradição, pois com capacidade de leitura e reflexão intelectual escreve em 4 volumes um compendio da estrutura política e social do Brasil
O II Seminário de Pensamento Social Brasileiro – intelectuais, cultura e democracia, organizado pelo NETSIB-UFES, realizado entre os dias 23 e 27 de novembro de 2020, na modalidade online, transmitido pelas páginas oficiais do evento no Youtube e no Facebook e pela DoityPlay.
https://netsib.ufes.br/seminario/cadernoderesumos