A relação sujeito-objeto na teoria social moderna: a produção de conhecimento em contexto colonial

A relação sujeito-objeto na teoria social moderna: a produção de conhecimento em contexto colonial

• Autor
• Patrícia Amorim Weber
• Resumo

• Neste trabalho de Iniciação Científica, estudamos as obras Pele Negra, Máscaras Brancas (2008) de Frantz Fanon e Introdução Crítica à Sociologia Brasileira (1957) de Guerreiro Ramos com o objetivo de compreendermos como se dá, para estes autores, a relação entre sujeito e objeto colonizado e racializado na produção canônica da teoria social moderna. Realizamos esta análise tendo como pano de fundo o pressuposto de que, em um contexto de situação colonial, a relação entre o indivíduo de um país colonizador e aquele do país colonizado se forma hierarquicamente, sendo o primeiro considerado socialmente enquanto ser superior e o segundo, inferior. Além disso, consideramos que neste cenário a categoria raça atua enquanto elemento chave para a classificação do Outro e a sua estigmatização. Desta forma, observamos que tanto Fanon quanto Ramos se aproximam ao considerar que a produção canônica da teoria social moderna produziu uma narrativa equivocada acerca da subjetividade e da realidade social do negro ao situá-lo como ser estático, inferior e tê-lo encarado enquanto um problema a ser superado. Na relação sujeito-objeto na modernidade, portanto, o negro não pôde sair da condição de objeto “coisificado”, enquanto o branco se consolidou como sujeito cognoscente. Assim, em sua obra, Ramos pôde nos demonstrar quais são as consequências deste movimento no pensamento social brasileiro, enquanto Fanon nos deu uma base para compreender como se dá a imagem do negro na narrativa social e científica. É importante frisar que a defesa desta perspectiva sobre as obras parte de alguns dos conceitos centrais dos autores: “problema do negro” e “negro-tema” em Guerreiro Ramos e racialização e “zona de não-ser”em Frantz Fanon. Estes conceitos foram abordados a partir do método de análise do conteúdo. Isto posto, temos como resultado de pesquisa a defesa de um argumento central: a racialização do sujeito negro e a consequente falha no reconhecimento deste como humano em sociedades estruturadas pelo sistema colonial ocasionou na impossibilidade de um conhecimento pleno acerca de sua experiência social pela produção teórica.

   

   

• Palavras-chave
• modernidade; teoria social; racismo epistêmico; Frantz Fanon; Guerreiro Ramos.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• AT2 - Gênero e Raça no pensamento social

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