A pesca é uma das formas mais antigas de caça desempenhada pelo homem, que foi sendo desenvolvida e aprimorada com a prática ao decorrer do tempo. A pesca artesanal está associada a conhecimentos passados de geração em geração e aperfeiçoados de acordo com a experiência de cada comunidade. Os pescadores artesanais compõem uma população tradicional que ocupam o litoral e também os lagos e os rios, onde vivem de forma particular, bem como exercem outras formas de atividades econômicas. A partir disso, compreendemos que seja imprescindível apontar questões que passam pela construção dos papéis de gênero e as atividades desempenhadas pelas mulheres. Sugiro, portanto, a partir do contexto histórico-social, cultural e econômico, o devido recorte das comunidades tradicionais de pesca artesanal sob perspectiva epistemológica feminista anticolonial, pois ao assimilar que as marcas coloniais, capitalistas, de subjugação ético-racial, de classe e gênero produzem e reproduzem diversas opressões, promovem controle social e atuam sob a produção de subjetividades e comportamentos, o artigo propõe-se como reflexivo em relação a maneira como essas mesmas estruturas impactam na vida das mulheres que vivem nas comunidades de pesca artesanal, pois tornam-se assim parte de um grupo vulnerável, postas em um lugar de subalternidade, pescadoras ou não, tanto em relação aos seus direitos e acessos a políticas públicas, quanto à valorização de suas atividades desempenhadas em instância pública ou privada.
O II Seminário de Pensamento Social Brasileiro – intelectuais, cultura e democracia, organizado pelo NETSIB-UFES, realizado entre os dias 23 e 27 de novembro de 2020, na modalidade online, transmitido pelas páginas oficiais do evento no Youtube e no Facebook e pela DoityPlay.
https://netsib.ufes.br/seminario/cadernoderesumos