Os contextos sociais de circulação de intelectuais no Brasil a partir das propostas de investigação de pesquisadoras/es estrangeiras/os sobre o caráter nacional das (homo)sexualidades e experiências de gênero no século XX são os pontos de partida deste ensaio. A noção de sexo no título tem duas razões de ser: primeiro, por evocar sua articulação com a dimensão biológica, da qual algumas análises sugerem ser o gênero sua expressão sociocultural, e, portanto, um epifenômeno da diferença sexual, hierárquica e binária; e em segundo lugar porque encontra-se articulado à própria prática físico-corporal, configurada como ato sexual, e que compreende então as próprias relações entre comportamentos sexuais e suas identidades. Sendo assim, a questão que se abre é: o sexo nos trópicos do pecado é (ou não) o motivo principal das investigações e interpretações do Brasil propostas pelas/os interlocutoras/es deste texto? É partindo do enquadramento dessas/es intérpretes como brasilianistas – seis antropólogas/os e um historiador –, pesquisando a diversidade sexual e de gênero abaixo do Equador, que será possível entender as peculiaridades das obras aqui analisadas e as particularidades de suas análises sobre esses trópicos sexuais. Este ensaio visa, portanto, compreender o processo de produção do conhecimento etnográfico e historiográfico nos principais trabalhos de Ruth Landes, Peter Fry, Néstor Perlongher, Richard Parker, Don Kulick e James Green como um esforço reflexivo da interpretação de perto, mas de fora, do caráter intrínseco das relações de gênero e sexualidades no Brasil do ponto de vista destas/es pesquisadoras/es estrangeiras/os.
O II Seminário de Pensamento Social Brasileiro – intelectuais, cultura e democracia, organizado pelo NETSIB-UFES, realizado entre os dias 23 e 27 de novembro de 2020, na modalidade online, transmitido pelas páginas oficiais do evento no Youtube e no Facebook e pela DoityPlay.
https://netsib.ufes.br/seminario/cadernoderesumos