ASSOCIAÇÕES NOMENCLATURAIS NA EXTRAÇÃO E COMÉRCIO DE ESPÉCIES MADEIREIRAS: O EXEMPLO DE UCUÚBA

  • Autor
  • Daniel Pereira da Silva Filho
  • Co-autores
  • Karla Juliana Silva da Costa , Luisa Fernanda de Souza da Silva , Mayane Taissa Trindade Rodrigues , Elesandra da Silva Araujo
  • Resumo
  • Em inventários florestais, a identificação botânica é uma importante etapa, que necessita ser realizada por meio de critérios técnicos e científicos para garantir a sustentabilidade do manejo e conservação da biodiversidade de florestas nativas. Porém, nessa etapa, comumente são atribuídos nomes vernaculares às espécies vegetais, os quais são, posteriormente, associados a nomes científicos por meio de uma simples busca, ou seja, a identificação botânica é realizada inadequadamente. Nesse contexto, o presente trabalho analisou as informações sobre a extração e comercialização da madeira de ucuúba e variações no Estado do Pará, a partir do relatório que trata da autorização de exploração de madeira oriunda de Planos de Manejo Florestal no Estado, com o objetivo principal de verificar os nomes científicos que são associados ao nome vernacular e as implicações que podem ser causados pela nomenclatura errônea. Os nomes vernaculares, nomes científicos, volumes e valores da madeira de ucuúba e variações no estado do Pará, durante o período entre 2006 e 2016, foram obtidos por meio do relatório Extração e Comércio de Toras de Madeira Nativa por Essência do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS/PA. A partir desses dados, foi realizada a verificação do nome aceito, risco de extinção e ocorrência das espécies na plataforma Flora do Brasil 2020. Durante o período analisado, foram extraídos e comercializados 76,5 mil metros cúbicos de madeira de ucuúba e variações, o que resultou na movimentação de, aproximadamente, R$ 9,0 milhões. Essa extração e comercialização ocorreram sob o uso de 10 nomes vernaculares, os quais representaram 20 nomes científicos de quatro gêneros da família Myristicaceae (Iryanthera, Myristica, Osteophloeum e Virola). Contudo, quando realizada a correção, foram verificados apenas 18 nomes aceitos dos mesmos gêneros mencionados anteriormente, com exceção do Myristica. Desses nomes aceitos, 16 não constam a avaliação sobre o risco de extinção, porém V. bicuhyba e V. surinamensis apresentam esse risco, encontrando-se nas categorias “vulnerável” e “em perigo” respectivamente. No mais, somente I. tricornis, V. duckei, e V. bicuhyba não possuem ocorrência confirmada no Pará. Os resultados apresentados ressaltaram a relevância econômica da madeira de ucuúba e variações no Estado do Pará durante o período analisado. Ademais, o fato dos nomes vernaculares analisados apresentarem mais de um nome científico correspondente no relatório, torna evidente que a associação entre os nomes é realizada sem nenhum critério técnico ou científico. Além de prejudicar a conservação das espécies florestais, tal prática pode causar prejuízos econômicos, que podem decorrer tanto da comercialização equivocada ou aplicação tecnológica inapropriada da madeira, por exemplo. Neste contexto, a identificação botânica adequada é fundamental para que haja a comercialização correta e sustentável dos produtos florestais. Para isso, é recomendado, entre outros, a coleta de material botânico para comparação com coleções de referência e o investimento na qualificação dos profissionais para desenvolver essa tarefa.

  • Palavras-chave
  • botânica; inventário florestal; manejo florestal
  • Modalidade
  • Vídeos
  • Área Temática
  • RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTAL
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O objetivo do Evento é disseminar a visão holística das ações universitárias da Instituição nos seus diversos Campi, além de trazer uma mostra das discussões técnico-científica que vêm sendo trabalhada na nossa Universidade para toda sociedade paraense.

Nesta edição debateremos o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação na Amazônia Pós-Pandemia”. A escolha do tema tem por finalidade proporcionar à comunidade acadêmica discussões sobre as possibilidades de desenvolvimento da Amazônia no âmbito da Ciência e Tecnologia no contexto pós-pandêmico.

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