OCORRÊNCIA E HISTOPATOLOGIA POR Prosthenorchis sp. EM Saimiri collinsi (OSGOOD, 1916) (PRIMATES: CEBIDAE), EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, BELÉM, PARÁ, BRASIL

  • Autor
  • Andressa Malta Braule Pinto
  • Co-autores
  • Vitória Luciana Paiva Canelas , William Wallacy Silva de Carvalho
  • Resumo
  • O gênero Prosthenorchis é comum em primatas platirrinos, sendo representado por duas espécies: P. elegans, P. spirula, ambos parasitos do lúmen na porção íleo-cecal e do cólon, no qual ficam aderidos firmemente pelas probóscides espinhosas no tecido. A patogenicidade das espécies de Prosthenorchis, em especial de P. elegans é uma das principais causas de morte de primatas neotropicais em cativeiro, seja por infecção severa causada pelas lesões perfurantes, seja por obstrução intestinal. Assim, este estudo objetivou evidenciar a ocorrência e alterações histopatológicas ocasionadas pela presença de acantocéfalos no intestino de Saimiri collinsi, oriundo do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, BelémPará. Foi realizada a necropsia em três exemplares de S. collinsi, que vieram a óbito por causas naturais no Bosque, sendo os intestinos separados e lavados em solução fisiológica e observados ao estereomicroscópio para a busca de helmintos. Os acantocéfalos achados foram colhidos, limpos, fixados em formol 10%, quantificados e registrados em fichas de necropsia, e processados para microscopia de luz, sendo fotomicrografados em sistema de captura de imagens. Para a avaliação histopatológica, fragmento de intestino apresentando ancoragem de um acantocéfalo foi coletado e fixado em formol a 10% para processamento histológico. A identificação taxonômica dos parasitos foi feita com o auxílio de chaves dicotômicas e artigos científicos com descrições originais. Foram recuperados nove exemplares de Prosthenorchis da região íleo-cecal dos hospedeiros. Todos os exemplares colhidos apresentaram características morfológicas compatíveis com a espécie Prosthenorchis elegans. Macroscopicamente, observou-se ancoragem dos acantocéfalos na mucosa intestinal, produzindo obstrução luminal do órgão, bem como nodulações na túnica muscular. Microscopicamente, observou-se a inserção do parasito na mucosa intestinal, perda das vilosidades e glândulas intestinais da área de ancoragem do parasito na mucosa, produção de infiltrado inflamatório difuso com proliferação de fibras colágenas e fibroblastos, até à túnica muscular, que se encontrava distendida. Prosthenorchis elegans é comum em primatas do Novo Mundo, com pelo menos 21 registros para o Brasil, tanto em hospedeiros de vida livre quanto de cativeiro, sendo apenas um para Saimiri collinsi, evidenciando a carência de dados e a importância da pesquisa. Literaturas afirmam que, apesar da ampla distribuição do parasito em populações de vida livre, as patologias provocadas parecem menos prejudiciais que aquelas observadas em populações cativas, e acabam sendo um achado acidental durante a necropsia. Entretanto, lesões semelhantes às observadas neste trabalho foram descritas em primatas de vida livre, relacionadas com a cronificação do processo patológico devido à alta prevalência do parasito no organismo demonstrando, portanto, que este parasita pode prejudicar a sobrevivência dos primatas na vida selvagem, causando impacto na sua densidade e distribuição. Assim, este trabalho acrescenta informações a respeito da ocorrência e patogenia do gênero Prosthenorchis em Saimiri collinsi, permitindo o aprofundamento dos estudos de helmintos parasitas de primatas no Brasil, tendo em vista a estreita relação filogenética entre primatas e humanos e sua coexistência em habitats comuns, identificando possíveis zoonoses.

  • Palavras-chave
  • Acanthocephala, macaco-de-cheiro, táxon.
  • Modalidade
  • Vídeos
  • Área Temática
  • PARASITOLOGIA
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