É de amplo conhecimento que a maioria das pesquisas etnobotânicas apresentam foco na relação da diversidade das plantas com as enfermidades a serem tratadas. Pouco é descrito acerca dos fatores socioeconômicos relacionados aos indivíduos que realizam a medicina popular. Os achados provenientes dos estudos etnobotânicos socioecológicos dependem da abordagem das pesquisas. No entanto, o conhecimento científico agrega elementos da realidade local, mesmo os considerados irrelevantes. Se faz necessária uma análise que possibilite verificar a biodiversidade e a cultura local referente a utilização das plantas e os fatores sociais dos agentes envolvidos. Assim, oportunizando a fonte de renda familiar, continuação destas práticas e aspectos religiosos. Pois, as diferenças nos fatores históricos, culturais, ecológicos e psicológicos podem ser preditores socioeconômicos, e se manifestam no processo de saúde-doença. O objetivo desse trabalho foi verificar por meio de pesquisa aspectos sociais relacionados aos agentes que fazem uso das plantas medicinais. A metodologia consistiu na realização de um levantamento bibliográfico referente a definições e conceitos que retratam aspectos sociais dos agentes de cura com uso de plantas medicinais. Dentre os resultados, podemos destacar a riqueza da biodiversidade florestal, os valores culturais e familiares resultantes na apropriação e na utilização dos recursos naturais como forma de terapia aplicada a saúde. Igualmente, o uso das plantas medicinais demonstra-se como importante recurso no serviço de atenção primária à saúde. O que se torna evidente quando investigado a possibilidade de geração de renda por meio da coleta dos recursos naturais por pessoas jovens, que reconheceram a seriedade do comércio dos vegetais para a aquisição de bens e serviços. Porém, este conhecimento popular se perde com as migrações das populações rurais para as cidades. Este fato é devido as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, sejam por conta de fatores geográficos ou por situação socioeconômica vulnerável. Como considerações finais, destacamos que as práticas populares de cura associada ao uso das plantas medicinais são amplamente utilizadas na reabilitação e prevenção, por serem mais acessíveis do que os recursos medicamentosos, o que corroboram para o uso indiscriminado. Porém, tem-se a redução de pesquisas socioecológicas, especialmente aplicadas em comunidades pobres e nas áreas rurais, que apresentam baixo acesso a serviços de saúde. Portanto, advém a necessidade de estudos referentes as plantas medicinais nos aspectos socioeconômicos das comunidades, além de estudos que discorrem dos processos saúde-doença relacionado a fatores sociais.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha