Plantas medicinais são amplamente utilizadas como forma de tratar doenças por serem uma alternativa de fácil acesso à população. Por estas serem obtidas diretamente da natureza, acredita-se que chás medicinais podem ser consumidos sem orientações farmacêuticas. O chá medicinal é a droga vegetal com fins medicinais a ser preparada em água pelo consumidor. A Farmacopeia Brasileira determina a casca do tronco como droga oficinal das espécies Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (Leguminosae) e Schinus terebinthifolia Raddi (Anacardiaceae), cujos nomes vulgares são, respectivamente, angico e aroeira. As cascas das duas espécies são vendidas em sítios na internet prometendo a cura de diversas enfermidades e, por seu amplo consumo, é importante que sejam avaliadas a legalidade da venda pela internet e a autenticidade das amostras comerciais, através dos estudos macro e microscópicos, para que, dessa forma, se tenha um panorama da situação do comércio de chás medicinais no país. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é realizar análises macroscópicas para avaliação de contaminantes e avaliação anatômica utilizando-se das técnicas cito-histológicas usuais de 10 amostras comerciais (5 de aroeira e 5 de angico), além de avaliar a adequação legal dos 7 sítios eletrônicos de onde as amostras foram obtidas. Observou-se que as embalagens e rótulos das amostras não seguem ou seguem parcialmente as especificações da RDC 26/2014. Quanto aos sítios eletrônicos concluiu-se que, através da consulta ao CNPJ, apenas um possui autorização para vendas de produtos farmacêuticos homeopáticos. Apenas 1 amostra de aroeira apresenta contaminantes, enquanto que todas as amostras de angico estão dentro do especificado. Lâminas histológicas das amostras de casca de angico foram preparadas para que fossem analisadas ao microscópio de luz e, em seguida, foram comparadas anatomicamente com o padrão das espécies doadas por herbários, além da descrição anatômica presente em literatura (as de aroeira ainda estão em análise). Observou-se que as amostras de angico possuem características anatômicas semelhantes entre si e às da amostra padrão, Anandenanthera colubrina, mesmo sendo cinco amostras advindas de regiões diferentes do Brasil mostrando, então, que as amostras comerciais analisadas são autênticas. Após a análise, pode-se concluir que as embalagens e rótulos das amostras carecem de embalagem secundária e de informações obrigatórias que devem conter no rótulo, e 1 das 10 amostras obtidas possui contaminantes acima do valor permitido. Ademais, os sítios não possuem registro de funcionamento de drogaria e/ou farmácia não podendo, então, comercializar este tipo de produto.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha