Efeito sazonal sobre o conteúdo de fenólicos e ação antioxidante em folhas de Anredera cordifolia

• Author
• Andréa Michel Sobottka
• Co-authors
• Thainara Marcotto Alba , Elisandra Tessaro
• Abstract

•  

  Metabólitos secundários da classe dos fenólicos são conhecidos por apresentarem diversas atividades farmacológicas, com destaque para sua ação antioxidante. Sabe-se que a biossíntese destes compostos em espécies vegetais é afetada, entre outros, por condições climáticas, como pluviosidade e temperatura atmosférica. Anredera cordifolia (Ten.) Steenis (Basellaceae) é uma planta de uso medicinal e alimentício. Neste estudo buscou-se verificar se a sazonalidade ocasiona variação no conteúdo de compostos fenólicos e na ação antioxidante desta espécie. As folhas, oriundas de um exemplar de A. cordifolia, foram coletadas em Sarandi, Rio Grande do Sul, Brasil (27º58’11.90’’ S; 52º54’29.78’’ W), entre setembro de 2018 e abril de 2019, em quatro períodos diferentes: inverno, primavera, verão e outono. Os fenólicos foram avaliados pelo método Folin-Ciocalteu e o potencial antioxidante através do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH). Para caracterização das épocas de coleta, considerou-se a média das temperaturas máximas e mínimas, assim como o total pluviométrico ocorrido nos 45 dias imediatamente anteriores. Os dados foram submetidos à análise de variância, complementado pelo teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Os resultados do conteúdo de fenólicos foram expressos como mg equivalentes de ácido gálico por 100 g de material vegetal seco (mg EAG/100 g). Na coleta de inverno, este conteúdo foi significativamente maior (38,3 mg EAG/100 g) do que na coleta da primavera (24,3; p = 0,03), do verão (28,4; p = 0,05) e do outono (21,1; p < 0,001). O percentual de atividade antioxidante, numa concentração de 200 mg de material vegetal seco/mL, foi maior nas folhas coletadas no outono (73,7%) e no inverno (71,1%), diferindo significativamente do verão (54,3%) e primavera (37,5%). Constatou-se que o inverno foi o período de menor temperatura média (14,5ºC; primavera 20,8ºC; verão 24,3ºC; outono 22,5ºC) e o outono foi a época de menor pluviosidade total (161 mm; primavera 335 mm; verão 319 mm; inverno 209 mm). Portanto estes períodos foram considerados de estresse térmico e hídrico. Como um mecanismo de defesa, as plantas respondem ao estresse oxidativo, sendo a síntese de fenólicos uma das formas de proteção, já que estes compostos possuem propriedades antioxidantes. Neste estudo verificou-se que a variação sazonal interfere no conteúdo de fenólicos e na capacidade antioxidante de folhas de Anredera cordifolia. Coletas em períodos de maior estresse, tanto térmico como hídrico, favorecem a obtenção de material vegetal mais rico em relação ao conteúdo de fenólicos e, consequentemente, maior potencial antioxidante.

• Keywords
• Metabólitos secundários; Sazonalidade; Radicais livres; Estresse térmico e hídrico.
• Modality
• Pôster
• Subject Area
• Ciências Farmacêuticas

Back