RESUMO: A expansão da malária e leishmaniose tem sido atribuída a vários fatores como, falha terapêutica e alta incidência de efeitos adversos com os fármacos, toxicidade elevada dos fármacos, emergência de cepas resistentes do parasito e devido a isso, parece haver uma necessidade urgente de triagem e desenvolvimento de novos compostos para tratar estas doenças. A etnofarmacologia serve como uma fonte para encontrar uma molécula de planta que pode ser usada como um modelo ou um composto principal para a preparação de antimaláricos e leishmanicidas. Objetivou-se apresentar as possibilidades fitoterápicas de C. pachystachya para málaria e leishmaniose. O levantamento bibliográfico abrangeu periódicos que continham estudos fitoquímicos acerca de C. pachystachya resgatados através da Internet, via Google Scholar. Um total de 22 fontes foram selecionadas. Os resultados encontrados, apontam pesquisas farmacológicas realizadas com extratos etanólicos de madeira, raiz e folhas de C. pachystachya que mostraram redução da parasitemia em camundongos infectados com P. berghei. Além disso, a atividade desses extratos de C. pachystachya foi atribuída a ?-sitosterol e ácido tormêntico, e este último inibiu o crescimento do parasita resistente à cloroquina de P. falciparum in vitro. Esses compostos terpenóides mostraram in vivo atividade antimalária considerável possuindo pouca toxicidade e consequentemente um bom índice de seletividade, tornando a planta um promissor fitoterápico contra malária. Já no âmbito da leishmaniose, os protozoários na forma promastigota invadem os macrófagos para se reproduzirem, estes como defesa, produzem substâncias que a eliminam, as quais são neutralizadas indiretamente pela atividade da arginase. A arginase permite a Leishmania produzir uma substância antioxidante (tripanotiona) que neutraliza o óxido nítrico e outros radicais livres produzidos pelos macrófagos. O extrato etanólico de C. pachystachya foi testado em L. amazonensis in vitro e os compostos bioativos, orientina e isovitexina, presentes no extrato são responsáveis pela redução do crescimento do parasita, alterando o kDNA mitocondrial e inibindo a enzima arginase. C. pachystachya contém flavonóides como a luteolina e a quercetina que causam apoptose por induzir a clivagem do kDNA mediada pela topoisomerase II. A quercetina foi caracterizada como um inibidor da ribonucleotídeo redutase (causando estresse na replicação do parasito) e da arginase. Ela também é capaz de quelar Mn 2+(cofator de arginase), induzindo a clivagem do DNA plasmídico e Fe+2, causando uma diminuição no fornecimento de ferro necessário para o desenvolvimento de L. donovani. Como reflexão final através do presente estudo C. pachystachya apresentou importantes propriedades fitoterápicas contra malária e leishmaniose.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha