Os cuidados populares aliados à ciência podem influenciar os determinantes de saúde. Nesse contexto, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs), reconhecidas desde Alma?Ata em 1978 e no Brasil em 2006, regulamentadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O Projeto ArboControl UnB/MS aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa FS/UnB, realizou oficinas em 16 municípios brasileiros no ano de 2017, onde os entrevistados responderam sobre a utilização de plantas, rituais e crenças como auxiliares na prevenção e tratamento das arboviroses. Desenvolveu-se o método de investigação do controle do vetor Aedes aegypti com o objetivo de analisar as PICs associadas à prevenção, controle e tratamento das arboviroses dengue, zika e chikungunya. O recorte apresentado neste trabalho representa um estudo exploratório qualitativo descritivo desenvolvido por análise de conteúdo, sob a coordenação do Laboratório de Educação, Comunicação e Informação em Saúde (Ecos/FS/UNB). Os resultados foram obtidos a partir dos trechos que emergiram nas questões e respostas relacionadas às PICs que apontaram para as especificidades socioculturais em relação à percepção e atitude, com destaque para a categoria: cuidado realizado pelo uso de plantas e práticas da medicina tradicional. Destacaram-se as plantas conhecidas popularmente, aplicadas como repelentes, para o preparo de banhos terapêuticos e na forma de chás. Com a função repelente, seja para o ambiente ou para aplicar na pele, a citronela e o cravo da índia diluídos em álcool, separadamente ou em combinações variadas são as plantas mais citadas. A cana brejeira como infusão para banho foi recomendada para o alívio da coceira causada pela chikungunya. As duas práticas de maior destaque foram a Auriculoterapia e a Massoterapia como auxiliares no alívio das dores causadas pela chikungunya. A título de conclusões, é possível destacar como partes integrantes do SUS, o uso de plantas medicinais no cuidado à saúde bastante difundido no Brasil, regulamentado pela Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e, as terapias orientadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). A população as reconhece cada vez mais, porém é preciso haver orientação profissional e observar a regulamentação para garantir a segurança dos usuários sobre a prescrição e a melhor forma de utilização. Para a prevenção das arboviroses, ficou evidente o interesse pelo efeito repelente das plantas. A PNPIC garante a oferta e acesso, mas a população precisa ser melhor informada sobre as possibilidades de ampliação do autocuidado.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha