Houve, nas últimas décadas, um aumento significativo no diagnóstico de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Pela ausência de um tratamento específico para os comportamentos que acompanham o TEA, vem-se estudando o uso de medicamentos à base de cannabis, principalmente com as substâncias canabidiol (CBD) e ?9-tetrahidrocanabinol (THC), face aos relatos de efeitos positivos no tratamento de comportamentos disruptivos presentes no TEA, como a epilepsia, ansiedade e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Apesar dos canabinóides serem substâncias de uso proscrito, muito tem se publicado sobre o potencial terapêutico dos derivados dessa planta, especialmente em transtornos psiquiátricos e neurológicos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi buscar, na literatura especializada, informações sobre a eficácia e segurança de tratamentos a base de Cannabis sativa em pacientes dentro do espectro autista (TEA). Foram utilizadas as bases de dados BVS e PubMed, utilizando como descritores, cannabis, autismo e fitoterapia.Como filtros de busca, utilizou-se: recorte temporal de 10 anos e nos idiomas inglês e português. Os critérios de inclusão considerados foram: trabalhos que buscassem evidências do uso de canabinóides no tratamento do TEA; pesquisas que fossem do tipo ensaios clínicos randomizados e controlados com placebo ou revisões da literatura. Além disso, apenas foram incluídos nessa revisão trabalhos disponíveis na íntegra e com acesso gratuito. Foram encontrados, inicialmente, 68 artigos e, após a aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionadas 4 referências para análise. Os estudos avaliados nessa revisão mostraram indícios de eficácia do uso de CBD e THC na melhoria da qualidade de vida dos portadores de TEA, participantes de cada pesquisa. Houve relato, em pequena parcela dos sujeitos de pesquisa, de alguns efeitos adversos como: fadiga, falta de apetite, dificuldade para dormir etc. Em dois dos estudos avaliados, relata-se efeitos indesejáveis graves diante de doses mais elevadas dos fármacos. Apesar dos resultados promissores, o fato de serem estudos com amostragens pequenas e não terem um grupo controle, faz com que sejam necessários mais estudos sobre o assunto, inclusive com melhor delineamento metodológico.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha