As plantas medicinais sempre estiveram ligadas à nossa cultura e crenças transmitidas por gerações. Ao considerar a importância do conhecimento técnico sobre a fitoterapia, enquanto uma prática terapêutica cultural, por parte dos profissionais de saúde, entre os quais os psicólogos, o presente artigo, uma revisão bibliográfica narrativa, objetiva discutir as relações que podem ser estabelecidas entre fitoterapia e psicologia, procurando compreender de que forma a psicologia pode contribuir para o desenvolvimento e consolidação da fitoterapia nos serviços de saúde. Nesse campo sendo várias as temáticas possíveis, neste trabalho objetivamos refletir sobre três aspectos da relação entre a prática da fitoterapia e o exercício da psicologia, a saber: o efeito placebo; a promoção do uso racional de plantas psicoativas e a fitoterapia enquanto estratégia transformadora da relação entre profissionais de saúde e usuários dos serviços. O fenômeno placebo pode ser compreendido como resultado de uma integração entre fatores sociais e culturais capazes de promover efeitos psicológicos que, por sua vez, acionariam mecanismos neurofisiológicos, os quais seriam os responsáveis por efeitos orgânicos e biológicos produzidos (por exemplo, analgesia), fato compreensível quando admitimos que todo adoecimento conta com elementos psicológicos, sociais e biológicos. Nisso devendo-se considerar o papel do psicólogo na fitoterapia, profissional a quem interessa conhecer, pela via da psicologia social, as vinculações entre saúde, adoecimento, fitoterapia, sociedade e cultura, enquanto, pela via de uma psicologia clínica, aplicada à fitoterapia, cabe-lhe conhecer o efeito placebo, entendendo que tal efeito pode agir como coadjuvante terapêutico, por via psíquica e não farmacológica. Como terceiro e último aspecto aqui abordado, consideramos que o psicólogo pode atuar, nas equipes de saúde, fomentando discussões sobre a importância cultural das plantas, seus benefícios (quando investidas de componentes químicos eficazes) e riscos (quando os efeitos promovidos por uma dada planta sejam devidos exclusivamente a efeito placebo e/ou quando da eventual e contraindicada substituição de fármacos efetivos por fitoterápicos sem ação farmacológica estudada de forma protocolar). Isso considerado, verifica-se que a Psicologia pode e deve atuar, nos serviços de saúde, com vistas à promoção de Práticas Integrativas e Complementares (PICS), considerando as suas vinculações teórico-práticas com os aspectos psíquicos, sociais e culturais do adoecer, do tratamento e da saúde.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha