A pesquisa em tela investigou as possibilidades e os limites da utilização didático-pedagógica de uma horta escolar como projeto educativo. Para tanto, a horta é considerada como um artefato pedagógico cognominada “Laboratório Vivo”, com vistas a se constituir um espaço inter/transdisciplinar cuja centralidade é o estudo da vida em suas relações socioambientais e socioculturais. Utilizou-se os saberes populares como conceitos prévios dos educandos sobre as plantas medicinais como recurso para o ensino de Ciências Naturais nos anos finais do ensino fundamental, visando processos de alfabetização científica sustentável com a abordagem da fitoterapia. Assim, acredita-se que, ao ler mundo a partir dos elementos essenciais à vida como a terra, a água, o sol, as plantas e os bichos, educandos e educadores possam construir uma consciência para a cidadania, potencializando a relação consigo mesmo, com os outros e com a natureza (Lobino, 2004). Os principais referenciais teóricos são sustentados pela vertente crítico-emancipatória apoiadas em Freire (1983, 1987, 2003, 2005), Loureiro (2003, 2006 2007, 2009, 2012) e Lobino (2001, 2002, 2004, 2012, 2013, 2014, 2015). Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo tipo Estudo de Caso, com caráter participativo (Tozoni-Reis, 2009) e apoiada em questionários, relatos de bordo destinados aos estudantes que participaram da horta/laboratório vivo. A metodologia de ensino aplicada baseou –se nos três momentos pedagógicos (3MPS), segundo Angotti, Delizoicov e Pernambuco (2011, 2018): Problematização Inicial (PI), Organização do Conhecimento (OC) e Aplicação do Conhecimento (AC). Os resultados da pesquisa mostram, segundo os dados coletados, construídos e analisados à luz do referencial adotado, alguns limites do projeto ocasionados pela dificuldade da escola em flexibilizar questões como: organização espaço-tempo escolar; escassez de planejamento coletivo e pouca atenção ao que preconiza ao papel docente, segundo a Lei LDB (1996). Contudo, a metodologia desenvolvida na pesquisa apresenta dados sobre o potencial para que a horta na escola seja um “Laboratório Vivo” envolvendo mãos e mentes, ciência, fazeres e saberes, ou seja, um espaço propício para a construção dos saberes científicos escolares, bem como no desenvolvimento de ações voltadas aos conteúdos curriculares em paralelo às noções de botânica, fisiologia e saúde. As conclusões apontam que, a partir do constante diálogo com a história e os saberes locais, a horta em questão promoveu e estimulou capacidades culturais e valores sociais, o que propiciou aos sujeitos envolvidos criarem condições de repensarem coletivamente sobre o caminho que envolve a fitoterapia para a alfabetização científica.
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha