O Brasil é o país mais megadiverso do mundo, abrigando cerca de 20% de toda a flora do planeta. O Cerrado representa o segundo maior bioma do território brasileiro, com uma área de aproximadamente 2 milhões de km2. A despeito dessa riqueza, o cerrado vem sofrendo críticos riscos de degradação. Neste estudo, foi selecionada a Sterculia striata A.St.-Hil. & Naudin, espécie nativa do cerrado conhecida como chichá e amendoim de macaco. O objetivo principal foi avaliar o potencial bioativo das amêndoas da S. striata, visando seu aproveitamento como alimento funcional. Os objetivos específicos foram traçar os perfis fitoquímico e de ácidos graxos, quantificar os compostos fenólicos, avaliar a capacidade antioxidante e determinar a bioacessibilidade de componentes bioativos, comparando com a Arachis hypogaea (amendoim). As análises foram realizadas com amostras in natura e torradas, de ambas as plantas. O perfil de flavonoides e ácidos fenólicos foi determinado por CLAE/DAD. Já o de ácidos graxos dos óleos foi caracterizado por CG/FID. O teor total de compostos fenólicos foi quantificado por espectrofotometria, pelo método FolinCiocalteau, e a atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos ABTS, DPPH e FRAP. Após o ensaio da digestão in vitro, foram avaliadas as alterações no perfil de flavonoides e ácidos fenólicos, além da bioacessibilidade de polifenóis totais e dos lipídios. Por CLAE, foi identificada a presença de rutina em ambas as plantas, além de ácidos fenólicos e flavonoides. Na caracterização por CG, ambos os óleos apresentaram predominância de MUFAs, com maior proporção de ácido oléico. As amêndoas da S. striata apresentaram atividade antioxidante inferior ao amendoim, o que pode ser atribuído a menor concentração de polifenóis, observada nos ensaios. Após a digestão in vitro, o perfil de ácidos fenólicos e flavonoides foi alterado. Na S. striata a digestão degradou alguns compostos, mas outras substâncias ficaram mais evidentes. Já na A. hypogaea a digestão degradou, mas também formou novos compostos. Após a digestão in vitro, a concentração de rutina aumentou em todas as amostras, exceto na A. hypogaea torrada. Nesta amostra, a rutina foi transformada em quercetina. A bioacessibilidade dos compostos fenólicos aumentou, após a digestão, em todas as amostras in natura. A bioacessibilidade lipídica foi menor na S. striata em comparação com a A. hypogaea. Nas amostras torradas os percentuais de lipídios bioacessíveis foram mais elevados do que as amostras in natura. Estes resultados sinalizam que a amêndoa da S. striata pode ser considerada um alimento com potencial funcional.
Financiamento: CNPq (310389/2017-8) e Fapemig (PPM 00691-16)
Alexandre Henrique Magalhães
Aline Bispo Santos Januário
Ana Karine Pessoa Bastos
Ana Paula Agrizzi
Arno Rieder
Carlos Alexandre Marques
Danilo Ribeiro de Oliveira
Elaine Santiago Brilhante Albuquerque
Else Saliés Fonseca
Ely Eduardo Saranz Camargo
Ernane Ronie Martins
Eulalia Soler Sobreira Hoogerheide
Fabian Arantes de Oliveira
Fabio de Oliveira Costa Junior
Germano Guarim Neto
Haroldo Alves Pereira Júnior
Henriqueta Tereza do Sacramento
Henry Suzuki
Ilio Montanari Júnior
Iorrana Vieira Salustiano
Isanete Geraldini Costa Bieski
James Almada da Silva
Jaqueline Guimarães
Jaqueline Rigotti Kubiszeski Guarnieri
Jefferson Pereira Caldas dos Santos
José Maria Barbosa Filho
Joseane Carvalho Costa
Júlio César Oliveira Peixe
Laís Azevedo Rodrigues
Larissa Cavalheiro da Silva
Leonir Cleomar Janke
Luis Carlos Marques
Luiz Fernando Ramos Ferreira
Marcos Roberto Furlan
Maria Corette Pasa
Marliton Rocha Barreto
Maria Maia Braggio
Mary Anne Medeiros Bandeira
Naomi Kato Simas
Nara Lins Meira Quintão
Nívea Maria Pacheco
Norma Albarello
Polliana Conceição Garcia
Raquel Regina Duarte Moreira
Ricardo Tabach
Rivaldo Niero
Rodrigo Ribeiro Tarjano Leo
Santina Rodrigues Santana
Sérgio Ascêncio
Sikiru Olaitan Balogun
Silvia Ribeiro de Souza
Solange Aparecida Nappo
Suzy Helen Dourado
Sylvia Escher de Oliveira Nielson
Vanessa Roberta Rodrigues da Cunha