Introdução: Considerar o conceito de Vulnerabilidade em Saúde sob a ótica de duas dimensões distintas, mas que estão interrelacionadas, contribui para compreensão do indivíduo e da coletividade, segundo suas particularidades. A dimensão do “sujeito” corresponde ao produto das relações de poder, com vistas ao rompimento da ideia de “indivíduo vulnerável”, na qual vive o processo de vulnerabilidade, mas não é determinado por ele. Esse campo de relações de poder, são vivenciadas pelo sujeito em meio as suas relações indivíduas e na sociedade em que estão inseridos, o que caracteriza a dimensão social da VS. Olhar para os povos indígenas no Brasil sob a ótica da VS, exige considerar fatores que intensificam ou minimizam esse processo de vulnerabilização. Desse modo, emergiu a seguinte questão norteadora: “Qual a interface entre o cuidado de enfermagem e o empoderamento dos povos indígenas frente suas vulnerabilidades em saúde?”. Objetivo: Refletir acerca da interface entre o cuidado de enfermagem e o empoderamento dos povos indígenas frente suas vulnerabilidades em saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo de reflexão, desenvolvido a partir de aproximações teóricas entre o “Cuidado de enfermagem” e o “Empoderamento dos povos indígenas frente às suas vulnerabilidades em saúde”, realizado a partir de trabalhos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde, identificados a partir dos descritores “Cuidados de enfermagem”, “Povos indígenas” e “Vulnerabilidade em saúde”. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra, no idioma português, que atenderam a questão norteadora estabelecida. Resultados: Reconhecer a diversidade cultural e social da população indígena é proporcionar cuidado coerente com os valores, crenças e práticas culturais dos sujeitos. Refletir sob cuidado de enfermagem nessa perspectiva, corrobora para o desvencilhamento das práticas arcaicas de cuidado que consideram os indígenas como seres passivos e inferiores em relação ao sistema de saúde vigente, e os inserem no centro do cuidado capazes de assumirem o protagonismo frente ao processo de saúde-doença. Cuja meta é proporcionar cuidado cultural coerente com suas necessidades e inquietações, considerando as suas subjetividades, a fim de construir um espaço de promoção da autonomia e manutenção da qualidade de vida. Sendo partir desse cuidado que se desenvolve o protagonismo dos povos indígenas, por meio da oferta de informações bem estruturadas referentes à saúde, proporcionando decisões e elaborações de escolhas, sem interferir nos seus direitos e crenças estabelecidos em sociedade, assim o fator cultural torna-se um importante mediador para prover esta assistência em saúde. Desse modo, a enfermagem constitui um agente facilitador da saúde e do bem-estar dos sujeitos, capacitando-os a realizar suas ações mediante a sua identidade, a fim de romper com o pensamento pejorativo associado a falsa ideia de se tratar de um grupo desprovido de capacidades individuais e coletivas para assumirem uma posição de protagonistas em meio às suas vulnerabilidades. Conclusão: O cuidado de enfermagem surge como meio de promoção e/ou manutenção do empoderamento dos sujeitos indígenas, considerando os valores da ética e do respeito no que tange às diferenças culturais, visto a necessidade de reconhecer suas singularidades, subjetividades e especificidades, numa perspectiva integral e ampliada.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do I Seminário Internacional de Cuidado e Tecnologia em Enfermagem. Este evento reuniu profissionais, pesquisadores e estudantes da área da enfermagem de diferentes partes do mundo, proporcionando um espaço de troca de conhecimentos, experiências e reflexões sobre o papel da tecnologia no cuidado de enfermagem.
O Seminário teve como objetivo principal discutir a interseção entre cuidado e tecnologia, explorando como as inovações tecnológicas podem ser aplicadas para aprimorar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. Durante os dias do evento, foram abordados temas como o uso de dispositivos e aplicativos móveis no acompanhamento dos pacientes, a utilização de inteligência artificial na tomada de decisões clínicas, o impacto das tecnologias digitais na comunicação entre profissionais de saúde, entre outros.
Os Anais que apresentamos refletem a diversidade e a riqueza das discussões realizadas durante o Seminário. Os artigos aqui reunidos trazem contribuições de especialistas renomados, bem como de pesquisadores emergentes, que compartilharam suas pesquisas, estudos de caso e reflexões teóricas sobre o tema. Cada trabalho é uma peça fundamental para a compreensão dos desafios e oportunidades que surgem no encontro entre o cuidado de enfermagem e a tecnologia.
Dr. Francisco Mayron Morais Soares
Dr. Igor Cordeiro Mendes
Dra. Elaine Negri
Dra. Gleicina Kélen Lima
Dra. Kirley Kethellen Batista Mesquisa
Dr. Francisco Arnoldo Nunes de Miranda