ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA OCORRÊNCIA DE INTERNAÇÕES POR NEOPLASIA MALIGNA DO COLO DO ÚTERO NA REGIÃO NORTE ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2023.

• Autor
• Ana Beatriz Rodrigues Calegario
• Co-autores
• Rafael Machado de Araújo , Mariana Menezes Ferreira Arruda , Thiago Martins de Almeida Carneiro
• Resumo

• O câncer de colo de útero é uma doença de história lenta e progressiva, passível de prevenção e rastreamento precoce, com desfecho fatal em casos de diagnóstico tardio. É causado principalmente por alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV), como o HPV16, HPV18 e HPV45. Possui como fatores de risco, além da infecção pelo HPV, histórico de infecções sexualmente transmissíveis, número maior de parceiros sexuais, idade precoce da primeira relação sexual, tabagismo e baixo nível socioeconômico. O diagnóstico é realizado pela citologia oncótica ou Papanicolau. O objetivo deste trabalho é identificar e analisar os aspectos epidemiológicos da neoplasia maligna do colo do útero (NMCU) na região Norte do Brasil entre os anos de 2019 e 2023. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo descritivo, transversal e retrospectivo, desenvolvido a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram incluídas todas as pacientes internadas por NMCU na região Norte entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. As seguintes variáveis foram utilizadas: número de internações, registro de óbitos, faixa etária, cor/raça, dias de internação e valor total gasto. Ademais, foram analisados artigos científicos da base de dados SciELO. No período analisado foram registradas 10.023 internações, tendo como maior incidência o estado do Pará (32,1%), seguido de Rondônia (24,8%) e Amazonas (21,8%). O número total de óbitos é de 1.591 e a maior taxa de mortalidade encontra-se no Amapá, com cerca de 20,78 mortes a cada mil habitantes, acompanhada do Amazonas (20,66), Pará (20,01), Roraima (18,51), Acre (15,59), Tocantins (12,57) e Rondônia (6,39). Os custos totais foram de R$17.685.385,23 para o SUS, com uma média de R$1.764,48 por internação e 7,3 dias de permanência nos serviços de saúde. A faixa etária mais acometida foi a população entre 40-49 anos, representando cerca de 29,7% do total e 30-39 anos com 22,65%. Observou-se também uma incidência de internação de 5,7% entre pacientes com 20-29 anos e uma queda dos valores a partir dos 60 anos. As cores/raças mais prevalentes em ordem decrescente foram a parda (71,4%), branca (6,9%), amarela (4,9%), preta (1,7%), índigena (1%) e 13,9% sem informação. A neoplasia maligna de colo do útero é uma doença bastante prevalente entre as mulheres da região Norte e possui moderada taxa de mortalidade, devido principalmente à falha no rastreamento e no diagnóstico precoce. Ademais, esses fatores elevam os custos para o sistema de saúde, que acaba tratando a patologia na forma mais avançada. Percebe-se, como esperado, uma prevalência de internação maior em indivíduos mais velhos, entre 40-49 anos, visto que são epidemiologicamente mais acometidos pela doença. No entanto, deve-se evidenciar um novo alerta, pois, hodiernamente, tem-se percebido um aumento da incidência de lesões cervicais e uterinas em adolescentes e mulheres jovens com menos de 25 anos.

• Palavras-chave
• Neoplasias do colo do útero; Papilomavírus humano; Região Norte;
• Área Temática
• Epidemiologia e estaística