PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEMORRAGIA ANTEPARTAL NA REGIÃO NORTE ENTRE OS ANOS DE 2014 E 2024

• Autor
• Mariana Menezes Ferreira Arruda
• Resumo

• O sangramento antepartal é definido como sangramento vaginal que ocorre a partir da vigésima semana de gestação até o momento do parto, a doença é considerada causa importante de morbimortalidade materna. Dentre as causas placentárias mais comuns o descolamento prematuro de placenta, bem como a chamada placenta prévia se sobressaem de forma epidemiológica. O acompanhento assíduo materno-fetal no atendimento pré natal, como também o diagnóstico hábil e manejo adequado em centros de maior complexidade são vitais na evolução favorável de tais patologias. O estudo busca determinar os aspectos epidemiológicos da Hemorragia antepartal na Região Norte entre o período de fevereiro de 2014 e fevereiro 2024. A metodologia utilizada no estudo foi de análise epidemiológica, transversal e descritiva, com dados provenientes dos registros do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Como critério de inclusão foram selecionadas todas as mulheres da região Norte submetidas a internação em virtude de sangramento antepartal no período de fevereiro de 2014 e fevereiro de 2024. Sendo assim, as variáveis avaliadas coletadas a partir do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) foram o número de internações, óbitos, região, faixa etária e raça. Os resultados obtidos durante o período analisado observaram que na Região Norte houveram um total de 4967 internações, com aumento substancial entre o período de 2020 (1038) e 2023(1253). As regiões que mais geraram internações em virtude de hemorragia antepartal são respectivamente Pará (59,4%), estado também responsável pela maior registro de óbitos (62,5%), Amazonas (12,56%), Rondônia (7,79%), Tocantins (6,86%), Roraima (4,65%), Amapá (5,07%) e Acre (3,6%). Nesse sentido os gastos alocados para serviços hospitalares em 10 anos totalizaram 2.845.146,03 reais, sendo que destes 2.749.183,85 (96,62%) são dispersos no serviços de urgência. Em relação à faixa etária, o maior número de internações ocorreu entre 20 e 29 anos (48%), quanto ao número de óbitos, 50% também pertenceram a faixa etária entre 20 e 29 anos. Ainda, quanto a cor e raça, o maior número de internações ocorreu respectivamente em pacientes pardas (71,95%), brancas (3,48%), indígenas (1,83%), amarelas (1,36%), pretas (1,16%), demais sem informações (20,19%). Dessa forma, conclui-se que o sangramento antepartal é uma emergência obstetrica considerada causa importante de morbidade materna. Na Região Norte brasileira nota-se elevados índices de internação na ala de urgência, pois é de máxima importância tratamento ágil, uma vez que sua ausência culmina em hemorragia de difícil controle e portanto aumento do risco de óbito materno-fetal. O acometimento ocorre em maioria na faixa etária considerada idade fértil, isto é 20 a 29 anos de idade, pois são pacientes que estão hábeis a engravidar hodiernamente. Em suma, os diversos cuidados necessários para manejo adequado demandam elevado custo ao serviços de cuidados obstétricos, tornando-se um problema de saúde pública.

• Palavras-chave
• Hemorragia antepartal; internação; Região Norte
• Área Temática
• Epidemiologia e estaística