Introdução: A esquistossomose é causada pelo helminto Schistosoma mansoni. A transmissão é feita pelo meio fecal-oral ou através dos caramujos do gênero Biomphalaria, que são hospedeiros intermediários. O diagnóstico constitui de métodos imunológicos e presença de ovos nas fezes. O tratamento medicamentoso é realizado através de quimioterápicos como praziquantel e oxamniquine. No Brasil, tem o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) que desenvolve ações com intuito de controlar a doença. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da população positiva para esquistossomose de acordo com o ano da notificação e a região de notificação do Brasil no período de 2008 a 2017. Metodologia: Estudo descritivo, longitudinal e observacional, que avalia os indivíduos positivos para esquistossomose no Brasil do período de 2008 a 2017, sendo que foi considerado a relação e notificações de acordo com o ano e a região do país. Os dados coletados foram retirados do PCE presente no DATASUS, e as informações apresentadas consideram apenas Unidades da Federação endêmicas. Resultados: No Brasil possui um total de 425.580 de indivíduos positivos para esquistossomose no período analisado, sendo que as regiões analisadas foram só as endêmicas, devido a isso o Centro-Oeste não apresenta dados. A região Nordeste apresenta a maior taxa de positivos, e representa 74,72% (n=318.018) das notificações, já a região Sul tem a menor taxa de indivíduos positivos, que é 0,12% (n=530). As régios Norte e Sudeste apresentam as seguintes taxas, respectivamente: 0,39% (n=1.654) e 24,76% (n=105.378). O estado de Alagoas apresenta 25,22% (n=107.347) de todas as notificações de indivíduos positivos, e supera a região Sudeste, que é a segunda região com maior número de positivos, segundo o PCE. Conclusão: Este estudo apresentou as principais regiões acometidas pelo Schistosoma mansoni, e torna possível a análise da necessidade de políticas públicas capazes de combater essa doença, como, por exemplo, a adequação do saneamento das regiões, um fator importante e negligenciado pelas ações governamentais. Portanto, o PCE pode ser utilizado, mesmo com suas limitações, como um mecanismo de identificação das áreas com um precário ou inexistente saneamento básico.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres