Introdução: A infecção pelo vírus da dengue tem amplo espectro de manifestações clínicas, variando de infecção assintomática até síndrome envolvendo comprometimento cardíaco. A incidência e gravidade do envolvimento cardíaco na dengue variam entre pacientes pediátricos e adultos, predominando a incidência de Síndrome do Choque da Dengue em crianças. Objetivo: Expor a fisiopatologia das manifestações cardíacas causadas pela dengue em infantes. Metodologia: Foi realizada revisão bibliográfica de artigos científicos em língua inglesa publicados a partir de 2012 em periódicos indexados à base Pubmed. Buscas com os descritores "Dengue", "cardiac" e "pediatrics" retornaram cinco artigos disponíveis na íntegra para análise das complicações cardíacas pediátricas causadas pela Dengue. Resultados: As manifestações cardíacas decorrentes da dengue associam-se a infecção direta do vírus aos miócitos e à resposta imune dos pacientes por meio das citocinas pró-inflamatórias e mediadores vasoativos, capazes de gerar miocardite e disfunção cardíaca devido ao extravasamento do plasma para o interstício, caracterizando a Síndrome do Choque da Dengue (SCD). Diferentes fatores estão relacionados à maior gravidade da dengue em pacientes pediátricos, sendo a falta de imunidade prévia e maior fragilidade capilar fatores de risco para o desenvolvimento da SCD. Ademais, mediadores como o TNF? e óxido nítrico estão envolvidos na fisiopatologia da miocardite causada pelo vírus da dengue, levando a diminuição da pré-carga e débito cardíaco. Assim, torna-se evidente comprometimentos miocárdicos como: bradicardia, taquicardia, derrame pericárdico e disfunção diastólica. O envolvimento cardíaco tem maior possibilidade de ocorrer na dengue grave, podendo ser avaliado através da elevação de enzimas cardíacas, como creatina quinase, creatina quinase MB, troponina I e pela análise do eletrocardiograma, evidenciando disfunção sistólica ventricular esquerda e miocardite. Conclusão: A SCD é resultante da infecção viral nas fibras musculares e da resposta imune do infectado, gerando maior probabilidade de acometimento cardíaco. Desse modo, exames específicos podem ser utilizados para indicar dano cardíaco via elevação enzimática. Por fim, é necessária atenção maior a pacientes pediátricos, pois são mais suscetíveis a manifestações cardíacas agudas decorrentes da infecção por dengue.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres