Introdução: Com a disseminação da COVID-19, causada pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), houve a necessidade do desenvolvimento de testes para a detecção e o diagnóstico viral, em pacientes sintomáticos, com exposição conhecida ou em situação de risco. Assim, os testes moleculares, baseados na reação em cadeia da polimerase por transcriptase reversa (RT-PCR), detectam o ácido nucleico (RNA) do vírus SARS-CoV-2, em pacientes infectados. Os testes sorológicos (imunoensaios) são baseados na detecção de anticorpos específicos (IgM, IgA e IgG), produzidos como resposta imune humana à infecção viral, cujo resultado positivo sugere que o indivíduo foi potencialmente exposto ao SARS-CoV-2. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos testes laboratoriais para a COVID-19, no estado de Goiás. Metodologia: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo e observacional. Foram obtidos dados secundários, de acesso público, da Secretaria do Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). As informações eram relacionadas ao caráter de distribuição dos testes para a COVID-19, com atualização dos dados em 12 de agosto de 2020. Resultados: Foram realizados 194.763 testes para a COVID-19, no estado de Goiás. Destes, 49,3% (n=96.001) apresentaram resultado positivo, e 50,7% (n=98.762) obtiveram resultado negativo. Um total de 101.344 testes foi pela metodologia de RT-PCR (57.415 resultados positivos e 43.929 negativos); 77.011, por exame sorológico-anticorpo (30.578 testes positivos e 46.433 negativos) e 11.728 por exame sorológico-antígeno (5.170 positivos e 6.558 negativos). Para o exame sorológico ECLIA IgG, constatou-se 2.771 testes realizados (1.643 positivos e 1.128 negativos), e para o teste sorológico ELISA IgM, foram realizados 1.909 exames (1.195 positivos e 714 negativos). Assim, os testes pelo método de RT-PCR foram os mais realizados, seguidos da detecção sorológica de anticorpos e o de antígenos. Conclusão: Os testes moleculares e sorológicos de detecção viral são ferramentas importantes no rastreamento e no diagnóstico de casos de COVID-19. Utilizar os diferentes testes, especialmente a RT-PCR, em larga escala na população, pode permitir a identificação das infecções assintomáticas, determinar a soroprevalência, acompanhar a progressão da doença, além de ser uma possível medida para a imunidade de rebanho na população do estado de Goiás.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres