INTRODUÇÃO: A tuberculose é a principal causa de morte, por um único agente infeccioso, em todo o mundo, além de ser a principal causa de morte também entre pessoas vivendo com HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) (1). A doença é causada pelo patógeno intracelular Mycobacterium tuberculosis, sendo capaz de estabelecer uma infecção por toda a vida do hospedeiro. No momento da exposição, a bactéria penetra nas vias aéreas e atinge os alvéolos, onde são formadas as células de Langhans. A doença se dissemina através da inalação de aerossóis infecciosos, sendo que os humanos são o único reservatório natural (2). OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico de casos confirmados de tuberculose no Brasil, segundo faixa etária e sexo, nos anos de 2001 a 2019. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, descritivo, do número de casos confirmados de tuberculose no Brasil, durante o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2019. Os dados foram obtidos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), aplicando os filtros: faixa etária, sexo e ano de diagnóstico. RESULTADOS: Entre 2001 e 2019, um total de 1.746.044 casos foram confirmados por tuberculose no Brasil, sendo que no ano de 2013, foi o ano de maior ocorrência, com um total de 147.669 casos confirmados. Em 2014 esse número caiu para 86.965, mas em 2019 já subiu para 95.496. Quanto à faixa etária, a mais acometida foi a de 20 a 59 anos, somando um total de 1.354.337 casos ao longo dos anos analisados, o que corresponde a 77,6% do total. Em relação ao sexo, a maioria acometida foram homens, correspondendo a 67% de 1.746.044 casos. CONCLUSÃO: O adoecimento por tuberculose tem forte componente social e está relacionado à situação imunológica do indivíduo, o que remete às condições de vida a que está exposto e a associação com outras doenças, como HIV/AIDS, diabetes e câncer. Em decorrência da dificuldade de acesso aos serviços públicos, das condições de vida e das condições individuais de saúde, certos grupos populacionais estão mais vulneráveis, como visto nos resultados apresentados acima, tais como pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, vivendo com HIV/AIDS. Em tais populações se faz necessário um olhar específico para tuberculose devido ao maior risco de adoecimento quando comparadas à população geral.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres