Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença parasitária causada pelo protozoário intracelular Leishmania infantum e transmitida por vetores, especialmente o flebotomíneo, Lutzomyia longipalpis, que, devido à expansão do processo de urbanização e à modificação dos habitats das espécies envolvidas no ciclo da transmissão, contribuem para o aumento da sua ocorrência. A LV é caracterizada por febre pertinente, hepatoesplenomegalia, perda de peso, astenia, anemia e outras manifestações. Além disso, o cão é considerado a principal fonte de infecção no ambiente urbano, o que explica a quantidade significativa de estudos voltados para a leishmaniose visceral canina. Objetivos: Analisar as taxas de casos confirmados de LV humana, considerando o ano da notificação e a região do Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo e longitudinal, em que foram observados os dados sobre LV presentes no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2007 a 2018, segundo a região e o ano da notificação. Resultados: No período analisado, observou-se 45.055 casos de LV no Brasil, variando de 3.269 (2012) a 4.456 casos/ano (2017), com média de 3.754,58 casos/ano. Houve registro de 23.764 casos apenas na região Nordeste, representando 52,7% do total, seguida pela região Sudeste (19,6%), Norte (18,9%), Centro-Oeste (8,5%) e Sul, representando 0,23% (104 casos de 2007 a 2018). No ano de menor e maior ocorrência da LV no país, 2012 e 2017, respectivamente, todas as regiões apresentaram números de casos compatíveis com o nível nacional, ou seja, todas as regiões apresentaram números abaixo da sua média anual no ano de 2012 e acima em 2017, exceto a região Centro-Oeste que apresentou média anual de 319,5 casos, com 427 registrados no ano de 2012 e 283 no ano de 2017, contrariando o apresentado nas outras regiões. Observou-se, também, que a média anual do Nordeste (1.980,34) foi 22.741,3% maior que a média do Sul (8,67). Conclusão: Conclui-se, então, que a região Nordeste se destacou com suas taxas de infecção e, sabendo que o saneamento básico e controle de cães infectados são importantes na prevenção da doença, torna-se imprescindível a otimização dos mecanismos de prevenção e diagnóstico, o que permite uma redução dos casos confirmados.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres