INTRODUÇÃO: A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível, que afeta homens e mulheres, principalmente, em idade reprodutiva. Cerca de 80% dos pacientes infectados são assintomáticos, mas pode haver manifestações clínicas entre a 1ª e 3ª semana, após o contágio, como: corrimento vaginal purulento, sangramentos e dispareunia. O tratamento é simples e se dá por meio da prescrição de antibióticos. Contudo, diagnósticos tardios podem levar a complicações mais graves. Como, no Brasil, os casos de clamídia não são de notificação obrigatória, não há dados epidemiológicos oficiais. OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiológico das internações, por clamídia, transmitida por via sexual, segundo as regiões brasileiras, o sexo e a faixa etária dos pacientes, entre os anos de 2011 e 2020. MÉTODO: Estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, acerca da quantidade de internações, por clamídia, transmitida por via sexual, segundo as regiões brasileiras, o sexo e a faixa etária dos pacientes. Os dados coletados foram provenientes do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde e referem-se ao período de 2011 a 2020. RESULTADOS: No período analisado, houve 489 internações por clamídia transmitida por via sexual, no Brasil. As regiões Nordeste e Sudeste tiveram as maiores quantidades de internações por clamídia, com 194 e 144 casos, respectivamente; enquanto, a região Centro-Oeste teve o menor registro, com 40 hospitalizações. Do total de casos, 60,5% (n=296) eram do sexo feminino. Ao analisar a faixa etária dos pacientes, percebeu-se que as internações foram mais frequentes entre 20 a 29 anos (n=97), seguidas dos pacientes menores que 1 ano de idade (n=75). Além disso, notou-se que os idosos, acima de 60 anos, foram responsáveis por quase 20% do valor total contabilizado, ao longo dos anos. CONCLUSÃO: A região com maior déficit na área da saúde é reponsável pelo maior número de internações. Além disso, é importante atentar-se ao grande número de casos em bebês e idosos, possivelmente, pelo fato de serem grupos de menor resistência imunológica ou por terem menos destaques nas políticas de prevenção. Assim, os dados apresentados, sobre a distribuição nas regiões, sexo e faixa etária dos pacientes, servem para tornar as campanhas de saúde mais eficazes, adentrando nos grupos que necessitam de maior atenção.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres