INTRODUÇÃO: Estimativas da OMS sugerem que existem cerca 6,3 milhões novos casos de sífilis a cada ano no mundo. A sífilis reaparece com status de epidemia, um grave problema de saúde pública, apesar de ser uma infecção curável. Tem transmissão sexual, ou vertical, e eventualmente por sangue infectado. É uma doença que apresenta tratamento acessível e eficaz, considerado de padrão ouro, mas ainda exibe altas taxas de incidência em mortalidade neonatal e fetal significativa. OBJETIVO: Analisar as causas do aumento da incidência de casos de sífilis congênita no Brasil. METODOLOGIA: Foi realizado uma revisão de literatura, baseado em 6 artigos, entre 2010 a 2020, nas bases de dados Biblioteca Eletrônica Científica Online e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde, utilizando os descritores: “sífilis”; “sífilis congênita” “incidência” e “transmissão”, e o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2018. RESULTADOS: A pesquisa evidenciou aumento na taxa de incidência de sífilis gestacional e congênita, no período de 2016 a 2018, na qual a sífilis gestacional passou de 13,4 % para 21,4% casos a cada mil nascidos vivos, e a sífilis congênita aumentou de 7,1% para 9% casos por mil nascidos vivos, o elevado número destes casos pode ser explicado pela falha na assistência pré-natal, que interfere na realização de diagnóstico precoce e tratamento adequado e em tempo oportuno. Outro fator apontado foi de que 56% dos casos de sífilis congênita notificados apresentaram esquema de tratamento inadequado. CONCLUSÃO: Se faz necessário a captação precoce da gestante, ampliação da cobertura diagnóstica e tratamento oportuno e adequado da gestante e parceiro, como medida profilática de uma possível reinfecção. A intensificação da vigilância da infecção de sífilis em gestante é de suma importância, devendo logo determinar o estado sorológico e iniciar imediatamente a terapêutica materna, viabilizando o planejamento e a avaliação das medidas de prevenção e controle da transmissão vertical da T. pallidum, e mantendo essa vigilância até sua alta. No tocante aos dados epidemiológicos, considerando o crescente aumento de notificações de sífilis gestacional e consequentemente sífilis congênita no Brasil é de fundamental importância conhecer o perfil das gestantes e crianças infectadas, para que medidas reducionais mais efetivas sejam estabelecidas.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres