Introdução: A cloroquina (CQ) e a hidroxicloroquina (HCQ) fazem parte da classe de fármacos antimaláricos e pertencentes à família quinolínica. Sendo a HCQ um análogo da CQ no qual um dos substituintes N-etil é ?-hidroxilado. Apresentam uma longa história na prevenção e tratamento da malária e no tratamento de doenças inflamatórias crônicas, incluindo lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. A ausência de um tratamento eficaz contra o SARS-CoV-2 levou os pesquisadores a redirecionarem medicamentos que são conhecidos por serem eficazes para outras condições médicas ao tratamento da COVID-19. Chave entre esses reaproveitados agentes terapêuticos são os fármacos antimaláricos CQ e HCQ. Objetivo: Explanar a relação do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica, a fim de buscar evidências científicas. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: PubMed, ScienceDirect, Biblioteca Virtual em Saúde (BSV Brasil) e Periódicos da CAPES empregando os seguintes descritores “tratamento”, “cloroquina”, “hidroxicloroquina” e “infecções por coronavirus”. Encontraram-se 396 trabalhos publicados onde 2 estudos pertinentes foram selecionados para elaboração do resumo científico. Resultados: A CQ e HCQ apresentaram potente atividade antiviral contra o SARS-CoV-2 nos estudos in vitro. Parecem bloquear a entrada viral das células, inibindo a glicosilação dos receptores do hospedeiro, o processamento proteolítico e a acidificação endossômica. Esses agentes também apresentam efeitos imunomoduladores por meio da atenuação da produção de citocinas e inibição da atividade autofágica e lisossômica nas células hospedeiras. Existem relatos de experiências terapêuticas do uso desses fármacos na síndrome respiratória aguda grave causada pelo SARS-CoV, e na síndrome respiratória do oriente médio causada pelo MERS-CoV. Todavia, não existem evidências de alta qualidade para a eficácia no tratamento dessas doenças. O uso da CQ e HCQ para a COVID-19 baseia-se em experiências que mostraram respostas variáveis em análise observacionais não controladas, e estudos randomizados abertos que foram inconclusivos. Conclusão: Dado o exposto, concluímos que a adoção da cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19 deve ser baseada em resultados de ensaios clínicos randomizados e controlados.
Comissão Organizadora
Liga Acadêmica de Infectologia e Vigilância em Saúde
Beatriz Ortegal Freire - Diretora Científica da LAIVS
Luana Lara Neves - Vice-diretora científica da LAIVS
Gabriela Kich - Ligante LAIVS
Laura Carneiro - LAIVS
Comissão Científica
Dr. Marcos Antonio Barbosa Pacheco
Dr. Lídio Gonçalves Lima Neto
Dr. Fabrício da Silva Pessoa
Dra. Lilaléa França
Ms. Mara Pimentel
Dra. Tânia Gaspar
Dra. Janine Godoy
Dra. Mylena Torres