A formação acadêmica de futuros médicos exige muita resiliência, isso implica na alta prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) entre estudantes de medicina, quando comparada com outras populações e mesmo com outros universitários. Tal questão pode ser agravada quando esses estudantes moram sozinhos. Objetivo: Pelo exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar a associação entre a prevalência TMC e morar sozinho com estudantes de medicina de uma universidade pública. Método: 163 participantes responderam ao Self Reporting Questionnarie (SRQ-20) e sobre seu status de moradia. A análise estatística utilizada para verificar essa associação foi o teste do qui-quadrado de Pearson. Resultados: 56,1% dos participantes desta pesquisa apresentaram algum grau de TMC (tendo em vista o ponto de corte 7/8). Já em relação à moradia, 56,4% moram sozinhos; os demais ou moram com os amigos (17,8%), com os pais (16,0%) ou com outros parentes (9,8%). Os resultados do teste do qui-quadrado de Pearson indicaram que não há uma associação significativa entre prevalência de TMC e o fato de morar sozinho ou não (?2 (1) = 3,228, p = 0,072). Discussão: Esse resultado sugere que morar sozinho não é um fator de risco para o desenvolvimento de TMC entre estudantes de medicina. Outrossim, indica que outros fatores sociodemográficos e culturais, além das condições acadêmicas têm um impacto mais relevante na saúde mental desses estudantes. Além disso, sinaliza que o suporte social dos colegas de curso e as redes sociais digitais podem compensar a morada solitária. Conclusão: Nesse sentido, futuros estudos devem explorar outros fatores que podem mediar a relação entre estilo de vida e saúde mental, incluindo a qualidade das redes de apoio e as estratégias de enfrentamento adotadas pelos estudantes.
É com imensa satisfação que apresentamos o caderno de resumos do IV Simpósio Brasileiro de Neurociências, realizado de 4 a 7 de dezembro de 2024, em Joinville, Santa Catarina. Este evento consolidou-se como um marco na promoção da ciência, formação de cientistas e divulgação científica, reunindo profissionais, pós-graduandos e graduandos em um ambiente propício ao intercâmbio de conhecimentos e experiências nas diversas esferas das neurociências. O evento é realizado pela Organização Ciências e Cognição, UFRJ, CENSUPEG, com o apoio do CNPq.
A programação do simpósio foi cuidadosamente elaborada para abordar temas atuais e pertinentes, por meio de conferências, mesas-redondas e palestras ministradas por pesquisadores de renome nacional e internacional. Essa estrutura proporcionou aos participantes a oportunidade de debater com especialistas, integrando diferentes perspectivas, como biologia molecular, fisiopatologia, clínica e morfologia, essenciais à construção do senso crítico e à iniciação científica.
Complementando as atividades teóricas, foram oferecidos minicursos destinados à capacitação e atualização dos profissionais em técnicas e assuntos relevantes ao desenvolvimento nas ciências do sistema nervoso. Essas iniciativas visaram fortalecer a formação acadêmica e prática dos participantes, ampliando suas competências e habilidades no campo das neurociências.
Os trabalhos submetidos e selecionados foram apresentados em sessões orais, avaliados por bancas compostas por doutores. Essa dinâmica permitiu um diálogo construtivo entre apresentadores e avaliadores, promovendo a troca de insights e contribuindo para o aprimoramento das pesquisas em andamento. Além disso, o público teve a oportunidade de se atualizar sobre as investigações conduzidas por diversas instituições, enriquecendo o conhecimento coletivo.
O IV Simpósio Brasileiro de Neurociências também abrigou eventos satélites de grande relevância: o I Colóquio de Neuropsicopedagogia de Santa Catarina e o III Encontro Ciências e Cognição. Essas iniciativas ampliaram o escopo do simpósio, fomentando discussões interdisciplinares e fortalecendo as relações entre os diversos núcleos de pesquisa e ensino.
Este caderno de resumos reflete a diversidade e a qualidade das pesquisas apresentadas, evidenciando o compromisso da comunidade científica brasileira com o avanço do conhecimento em neurociências. Esperamos que este registro sirva como fonte de consulta e inspiração para futuros estudos, contribuindo para o contínuo desenvolvimento da ciência em nosso país.
Agradecemos a todos os participantes, palestrantes, avaliadores e organizadores que, com dedicação e entusiasmo, tornaram possível a realização deste evento. Que os frutos aqui colhidos impulsionem novas descobertas e colaborações, fortalecendo cada vez mais a neurociência brasileira.
Cordialmente,
Comissão Organizadora
IV Simpósio Brasileiro de Neurociências
Comissão Organizadora
Aliny Carvalho Dematté
Alfred Sholl-Franco
Fabrício Bruno Cardoso
Glaucio Aranha Barros
João Vítor Galo Esteves
Comissão Científica
Aliny Carvalho Dematté
Alfred Sholl-Franco
Fabrício Bruno Cardoso
Glaucio Aranha Barros
João Vítor Galo Esteves
Comissão de Apoio
Angélica Campos
Esdras Pinheiro
Isabela Goldstein