PERCEPÇÃO DOS DOCENTES SOBRE OS TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO E ESTRATÉGIAS PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

  • Autor
  • Kátia Sartori Gonçalves
  • Co-autores
  • Maria Teresa Gouveia Marques de Oliveira , Fabrício Bruno Cardoso , Alfred Sholl-Franco
  • Resumo
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    A neurodiversidade (ND) consiste em reconhecer e respeitar as diversidades neurológicas que fazem parte da vida das pessoas1, incluindo os Transtornos do Neurodesenvolvimento (TND)2. O Plano Nacional da Educação (PNE) visa garantir a integração do ensino até 2024, proporcionando a todos acessos à educação de qualidade, promotora do ensino e do bem-estar dos educandos. Para isso estimula a matrícula, atendimento igualitário, salas de recurso e formação continuada3. Esse cenário seria perfeito se o despreparo do professor não influenciasse tanto no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, esta pesquisa teve por objetivo verificar a percepção de docentes do ensino básico no país sobre ND e os TND, seu conhecimento e dificuldades perante as demandas dos alunos. Os participantes, constituídos por 371 professores da educação básica distribuídos em 82 municípios, preencheram formulário online com 19 questões tipo Likert, múltipla escolha, objetivas e discursivas (Parecer 6.019.342 -24/04/2023, CAAE: 67505423.3.0000.5582 - CEP Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ). A maioria dos respondentes tem o tempo de docência acima de 10 anos (35,57%) e alguma formação adicional ao curso de graduação (64,95%). Nossos resultados mostram que a maioria dos professores trabalham com alunos com TND (61,18%), porém eles confirmam a necessidade de ampliarem os seus conhecimentos sobre o tema (89,21%), já que apresentam dificuldade (63,07%) em identificar alunos com TND, e apenas 27,49% se sentem capacitados a auxiliar esses alunos em suas aulas. Assim, 60,91% dos professores não usam diferentemente os termos dificuldade/problema de aprendizagem e TND, indicando falhas no uso desses distintos termos. Apesar das dificuldades com as TNDs, os docentes conseguem listar sinais costumeiros em alunos especiais, como: desânimo, irritação, falta de concentração. Eles afirmam ainda que o diagnóstico e o laudo são responsabilidade de profissionais médicos (81,67%), neuropsicólogo (58,22%), porém para alguns esta tarefa pode ser feita pelo terapeuta ocupacional (7,27%). Quando questionados sobre o tratamento, algumas indicações mostram desconhecimento sobre assunto, visto que foi indicado professores (20,75%), pedagogos (27,22%) e mediadores (18,32%). Em geral, nossos resultados mostram a necessidade de promover a divulgação dos TND, favorecendo os docentes que dia a dia enfrentam novos desafios da educação inclusiva.

     

  • Palavras-chave
  • Transtornos do Neurodesenvolvimento, Educação, Inclusão
  • Área Temática
  • Neurociências Aplicadas (incluindo Neuroeducação)
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É com imensa satisfação que apresentamos o caderno de resumos do IV Simpósio Brasileiro de Neurociências, realizado de 4 a 7 de dezembro de 2024, em Joinville, Santa Catarina. Este evento consolidou-se como um marco na promoção da ciência, formação de cientistas e divulgação científica, reunindo profissionais, pós-graduandos e graduandos em um ambiente propício ao intercâmbio de conhecimentos e experiências nas diversas esferas das neurociências. O evento é realizado pela Organização Ciências e Cognição, UFRJ, CENSUPEG, com o apoio do CNPq.

A programação do simpósio foi cuidadosamente elaborada para abordar temas atuais e pertinentes, por meio de conferências, mesas-redondas e palestras ministradas por pesquisadores de renome nacional e internacional. Essa estrutura proporcionou aos participantes a oportunidade de debater com especialistas, integrando diferentes perspectivas, como biologia molecular, fisiopatologia, clínica e morfologia, essenciais à construção do senso crítico e à iniciação científica.

Complementando as atividades teóricas, foram oferecidos minicursos destinados à capacitação e atualização dos profissionais em técnicas e assuntos relevantes ao desenvolvimento nas ciências do sistema nervoso. Essas iniciativas visaram fortalecer a formação acadêmica e prática dos participantes, ampliando suas competências e habilidades no campo das neurociências.

Os trabalhos submetidos e selecionados foram apresentados em sessões orais, avaliados por bancas compostas por doutores. Essa dinâmica permitiu um diálogo construtivo entre apresentadores e avaliadores, promovendo a troca de insights e contribuindo para o aprimoramento das pesquisas em andamento. Além disso, o público teve a oportunidade de se atualizar sobre as investigações conduzidas por diversas instituições, enriquecendo o conhecimento coletivo.

O IV Simpósio Brasileiro de Neurociências também abrigou eventos satélites de grande relevância: o I Colóquio de Neuropsicopedagogia de Santa Catarina e o III Encontro Ciências e Cognição. Essas iniciativas ampliaram o escopo do simpósio, fomentando discussões interdisciplinares e fortalecendo as relações entre os diversos núcleos de pesquisa e ensino.

Este caderno de resumos reflete a diversidade e a qualidade das pesquisas apresentadas, evidenciando o compromisso da comunidade científica brasileira com o avanço do conhecimento em neurociências. Esperamos que este registro sirva como fonte de consulta e inspiração para futuros estudos, contribuindo para o contínuo desenvolvimento da ciência em nosso país.

Agradecemos a todos os participantes, palestrantes, avaliadores e organizadores que, com dedicação e entusiasmo, tornaram possível a realização deste evento. Que os frutos aqui colhidos impulsionem novas descobertas e colaborações, fortalecendo cada vez mais a neurociência brasileira.

Cordialmente,

 

Comissão Organizadora

IV Simpósio Brasileiro de Neurociências

Comissão Organizadora

Aliny Carvalho Dematté

Alfred Sholl-Franco

Fabrício Bruno Cardoso

Glaucio Aranha Barros

João Vítor Galo Esteves

 

Comissão Científica

Aliny Carvalho Dematté

Alfred Sholl-Franco

Fabrício Bruno Cardoso

Glaucio Aranha Barros

João Vítor Galo Esteves

 

Comissão de Apoio

Angélica Campos

Esdras Pinheiro

Isabela Goldstein