A região semiárida tem como característica a sazonalidade da pluviosidade, altas temperaturas, a pouca amplitude anual da temperatura do ar e a forte insolação. Assim, apresenta-se com um período do ano com chuvas e outro com a ausência destas. Essa peculiaridade se reflete na vegetação, com predominância do tipo savana estépica (Caatinga) que, mesmo no período em que perde parte da sua biomassa foliar por caducifólia, a sua cobertura vegetal se reveste de importância para a proteção do solo. A estimativa da temperatura do solo pode ser considerada uma variável de relevância na compreensão dos processos ambientais de uma região. A bacia hidrográfica do rio Apodi-Mossoró, situada na região oeste do Rio Grande do Norte, apresenta-se de importância para o oeste potiguar, pois às suas margens existem cidades com considerável dinâmica econômica, a exemplo de Mossoró, Apodi e Pau dos Ferros. Além disso, parte da bacia hidrográfica alimenta a barragem de Santa Cruz que possui uma capacidade de quase 600 milhões de m³. A região hidrográfica do rio Apodi-Mossoró tem uma extensão máxima de 220 km por, aproximadamente 80 km de largura. É a segunda maior do Estado e a primeira bacia hidrográfica verdadeiramente potiguar. A Temperatura Superficial Terrestre (TST) é um parâmetro físico que está ligado ao ?uxo de calor em função do balanço de radiação de um corpo e é determinada pela detecção de ondas de radiação longas, as quais são emitidas em faixa infravermelho e detectada por sensores orbitais em satélites. Assim, o objetivo deste trabalho foi o de estimar e analisar a TST da bacia hidrográfica potiguar do rio Apodi-Mossoró. As imagens de satélite utilizadas são produto do satélite Landsat-8, com sensor TIRS (Thermal Infrared Sensor) a bordo, especificamente a banda 10 de cada cena, que corresponde à faixa do infravermelho termal (10.6 – 11.19 ?m – micrometro), disponibilizadas pelo Serviço de Levantamento Geológico Americano (USGS). Para o processamento dos dados foi utilizado o software de código aberto Qgis 3.16. Para a estimativa do TST, em graus Celsius (°C), foi utilizada a seguinte fórmula na calculadora Raster do Qgis: TC= (1321.08/Ln (774.89/ (3.3420E-04* "Banda_10.tiff"+ 0.10000) +1))-273.15, gerando assim o raster de TST. Para efeitos de comparação foi gerado o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) (Normalized Difference Vegetation Index). Os resultados mostraram um mínimo e máximo de temperatura de 13,8 °C e 35,8 °C, respectivamente. Quando comparado com o NDVI verificou-se que as menores temperaturas estão em áreas de boa cobertura vegetal e que as áreas mais desprovidas de biomassa vegetal apresentam temperaturas mais altas. A diferença de 22 °C entre os valores mínimo e máximo mostra claramente a importância da vegetação para amenizar os efeitos da irradiação solar. Assim, conclui-se que a quanto melhor cobertura de biomassa vegetal menores serão as temperaturas da superfície terrestre.
A criação de cursos de Engenharia Florestal no semiárido nordestino, além de caráter ambiental, possui importância econômica para a região. Tendo em vista a atuação deste profissional florestal no Semiárido, pretendeu-se com o simpósio abordar temas relacionados, principalmente, à produção florestal e as potencialidades e limitações deste tipo de ambiente, mostrando as formas de obtenção de renda a partir dos recursos florestais e seus produtos, principalmente das Florestas Secas, presentes no nordeste brasileiro. Pensando nisso, e na integração entre profissionais da área florestal e áreas afins e o setor produtivo florestal, é que o II SIMPÓSIO POTIGUAR DE ENGENHARIA FLORESTAL e IV SEMANA ACADÊMICA DA ENGENHARIA FLORESTAL tem como tema geral “Mercado, Desafios e Sustentabilidade no Semiárido” e teve a participação de atores do setor florestal da região. A primeira edição (I SIMPÓSIO POTIGUAR DE ENGENHARIA FLORESTAL e III SEMANA DE ENGENHARIA FLORESTAL) ocorreu em novembro de 2018, no Campus Mossoró da UFERSA. Nesta segunda edição do evento foram abordados temas atuais de interesse do setor florestal do Nordeste, a fim de promover o debate das questões essenciais ligadas à economia e produção florestal, bem como os benefícios trazidos pelo uso sustentável dos recursos florestais, madeireiros e não madeireiros. O objetivo geral do evento foi o de fomentar o debate sobre a potencialidade e as limitações do setor florestal no Semiárido brasileiro e oportunizar, assim, aos participantes, um ambiente de discussão sobre a contribuição desse setor no desenvolvimento regional. O evento buscou se tornar atrativo para um público bastante diversificado. O evento compreendeu 6 palestras e 3 mesas-redondas com membros da sociedade civil e governamental, que versaram sobre o mercado florestal, potencialidades e limitações do Semiárido e sobre a sustentabilidade da atividade florestal em ambiente semiárido. O evento teve também a parte científica, recebendo 19 resumos expandidos dentro de linhas de pesquisa com foco em: Mercado, Desafios e Sustentabilidade no Semiárido. Cabe destacar que, paralelamente, aconteceu a IV SEMANA DE ENGENHARIA FLORESTAL, organizada pelo Centro Acadêmico de Engenharia Florestal - CAEF, com o apoio da Coordenação do Curso de Engenharia Florestal, ambos da UFERSA. Espera-se ter proporcionado a integração entre universidade e comunidade e despertado em todos o interesse pelas questões relacionadas à produção florestal no semiárido.
Comissão Organizadora
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA FLORESTAL MATA BRANCA - UFERSA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL - UFERSA
Comissão Científica
Profa. Dra. Elizângela Cabral dos Santos
Prof. Dr.Marco Antonio Diodato
Prof. Dr.Carlos José da Silva
Profa. Dra. Rejane Tavares Botrel
Profa. Dra. Gabriela Salami
Prof. Dr. Emanuel Araújo Silva
Coordenação de Engenharia Florestal - Ufersa: engflorestal@ufersa.edu.br
Centro Acadêmico de Engenharia Florestal: caefufersa@gmail.com