De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil possui cerca de 9,55 milhões de hectares de florestas plantadas para fins industriais, dentre as quais se destaca a produção de carvão vegetal, contribuindo com 12% da produção mundial, colocando o país em primeiro lugar no ranking global. Nessa produção, aproximadamente 70% da madeira inserida no forno de carbonização se torna fumaça, ou seja, apenas cerca de 30% se tornam carvão. A condensação de parte dessa fumaça dá origem ao extrato pirolenhoso bruto (EPB) e desse é extraído o ácido pirolenhoso (AP). O AP pode ser descrito como a fração aquosa do EPB, que apresenta caráter ácido e composição química extremamente rica e variada, que vem sendo avaliado em diversas áreas de pesquisa, dentre as quais se tem o uso como antimicrobiano. Consolidar sua utilização se torna uma importante ação para a redução da emissão de gases poluentes à atmosfera e para o uso alternativo aos antibióticos. Com isso, o objetivo desse estudo foi o de avaliar o potencial do ácido pirolenhoso originado da madeira de Eucalyptus urograndis como um antimicrobiano frente a uma cepa padrão de Staphylococcus aureus (ATCC). O material vegetal foi obtido a partir da madeira de eucalipto oriundo de um plantio experimental localizado na Escola Agrícola de Jundiaí, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As amostras foram seccionadas e submetidas ao processo de carbonização (100-450 °C) em um forno de laboratório equipado com aparato de condensação da fumaça. O AP resultante passou por processo de purificação por bidestilação. A análise microbiológica se deu através da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo método de microdiluição em caldo, utilizando microplacas de 96 poços e pela determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM) pelo método de semeadura de alíquotas retiradas dos poços da CIM em placas com ágar. Os resultados obtidos demonstraram ação promissora do emprego do AP no controle microbiano, resultando em inibição do crescimento bacteriano, com CIM de 6.25% e CBM de 12.5% para a cepa avaliada. Desta maneira, esses dados confirmam o potencial antimicrobiano que o ácido pirolenhoso de E. urograndis apresenta, sendo sugeridos estudos posteriores para a consolidação do seu uso.
A criação de cursos de Engenharia Florestal no semiárido nordestino, além de caráter ambiental, possui importância econômica para a região. Tendo em vista a atuação deste profissional florestal no Semiárido, pretendeu-se com o simpósio abordar temas relacionados, principalmente, à produção florestal e as potencialidades e limitações deste tipo de ambiente, mostrando as formas de obtenção de renda a partir dos recursos florestais e seus produtos, principalmente das Florestas Secas, presentes no nordeste brasileiro. Pensando nisso, e na integração entre profissionais da área florestal e áreas afins e o setor produtivo florestal, é que o II SIMPÓSIO POTIGUAR DE ENGENHARIA FLORESTAL e IV SEMANA ACADÊMICA DA ENGENHARIA FLORESTAL tem como tema geral “Mercado, Desafios e Sustentabilidade no Semiárido” e teve a participação de atores do setor florestal da região. A primeira edição (I SIMPÓSIO POTIGUAR DE ENGENHARIA FLORESTAL e III SEMANA DE ENGENHARIA FLORESTAL) ocorreu em novembro de 2018, no Campus Mossoró da UFERSA. Nesta segunda edição do evento foram abordados temas atuais de interesse do setor florestal do Nordeste, a fim de promover o debate das questões essenciais ligadas à economia e produção florestal, bem como os benefícios trazidos pelo uso sustentável dos recursos florestais, madeireiros e não madeireiros. O objetivo geral do evento foi o de fomentar o debate sobre a potencialidade e as limitações do setor florestal no Semiárido brasileiro e oportunizar, assim, aos participantes, um ambiente de discussão sobre a contribuição desse setor no desenvolvimento regional. O evento buscou se tornar atrativo para um público bastante diversificado. O evento compreendeu 6 palestras e 3 mesas-redondas com membros da sociedade civil e governamental, que versaram sobre o mercado florestal, potencialidades e limitações do Semiárido e sobre a sustentabilidade da atividade florestal em ambiente semiárido. O evento teve também a parte científica, recebendo 19 resumos expandidos dentro de linhas de pesquisa com foco em: Mercado, Desafios e Sustentabilidade no Semiárido. Cabe destacar que, paralelamente, aconteceu a IV SEMANA DE ENGENHARIA FLORESTAL, organizada pelo Centro Acadêmico de Engenharia Florestal - CAEF, com o apoio da Coordenação do Curso de Engenharia Florestal, ambos da UFERSA. Espera-se ter proporcionado a integração entre universidade e comunidade e despertado em todos o interesse pelas questões relacionadas à produção florestal no semiárido.
Comissão Organizadora
CENTRO ACADÊMICO DE ENGENHARIA FLORESTAL MATA BRANCA - UFERSA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL - UFERSA
Comissão Científica
Profa. Dra. Elizângela Cabral dos Santos
Prof. Dr.Marco Antonio Diodato
Prof. Dr.Carlos José da Silva
Profa. Dra. Rejane Tavares Botrel
Profa. Dra. Gabriela Salami
Prof. Dr. Emanuel Araújo Silva
Coordenação de Engenharia Florestal - Ufersa: engflorestal@ufersa.edu.br
Centro Acadêmico de Engenharia Florestal: caefufersa@gmail.com