Hidropsia dos envoltórios fetais em bovino: relato de caso

  • Autor
  • Luiza Rodegheri Jacondino
  • Co-autores
  • Henrique Jonatha Tavares , Vitória Luceno Balbé , Mariah Iaszembski Nunes , Nathálie Bonotto Ruivo , Trajano Gomes Jacques , Pedro Henrique Teixeira , Marta Lizandra do Rêgo Leal
  • Resumo
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    No quadro de hidropsia dos envoltórios fetais o útero encontra-se aumentado de tamanho, atônico e as membranas fetais rompem-se com dificuldade. O líquido acumulado pode ser do tipo alantoide (hidroalantoide) ou amniótico (hidroâmnio), que pode ser 10 vezes superior ao fisiológico.  É uma alteração mais comum em raças leiteiras e em 80 a 95% dos casos o tipo de hidropsia apresentada é de hidroalantoide. Nesse caso a evolução é rápida, com distensão abdominal em 5 a 20 dias passando a ter formato arredondado e tenso, devido ao acúmulo de líquido, que apresenta características de transudato. Foi encaminhado ao Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HVU-UFSM), um bovino, fêmea, da raça Holandesa, 6 anos de idade, plurípara, que havia sido tratada anteriormente para timpanismo. No exame físico geral o animal apresentava parâmetros fisiológicos dentro dos valores de referência para a espécie, dificuldade locomotora, abaulamento abdominal bilateral com histórico de progressão rápida, atonia ruminal, edema de úbere, presença de colostro e ligamentos pélvicos relaxados. Na palpação retal havia hiperdistensão do útero, que apresentava-se tenso, com presença de grande quantidade de líquido e flutuação, sem a percepção do feto. Na sequência, foi realizada ultrassonografia pela via transretal e confirmou-se a existência excessiva de conteúdo anecóico e, através da via transabdominal, verificou-se a presença de placentomas. Com esse resultado aliado à anamnese e exame clínico foi possível chegar ao diagnóstico de hidropsia dos anexos fetais, do tipo hidroalantóide. A terapêutica adotada foi a indução do parto com uso de 0,2 mg/Kg de dexametasona e 0,15 mg totais de D-cloprostenol. Após a aplicação dos fármacos a fêmea ficou em observação para supervisão do parto e, em 48 horas, entrou em trabalho de parto porém sem progressão, por isso foi realizado o auxílio ao parto com tração forçada, havendo liberação de quantidade excessiva de líquido. Em seguida foi realizada hidratação oral com aproximadamente 20 litros para evitar complicações causadas pela rápida descompressão do pós-parto. Neste caso o feto apresentava-se viável, sendo então realizados os cuidados neonatais como desobstrução das vias aéreas superiores, estímulo do centro respiratório por compressão do muflo nasal aliado a secagem, colostragem via sonda e desinfecção do umbigo. Apesar do prognóstico reservado em casos de hidropsia dos envoltórios fetais, neste caso obteve-se sucesso, sendo que ambos, parturiente e neonato, sobreviveram recebendo alta médica 6 dias após o parto.

     

     

  • Palavras-chave
  • Hidroalantóide, Ruminante, Útero, Distensão abdominal.
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