A mastite é a inflamação do úbere mais comum entre as vacas leiteiras no mundo todo, impactando a vida do produtor e de quem compra o leite devido o envolvimento de bactérias que comprometem a produção leiteira. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi identificar os principais agentes etiológicos causadores de mastite e a sua prevalência no rebanho leiteiro de Presidente Figueiredo, no estado do Amazonas, observando os principais fatores de risco envolvidos na doença e comparar os resultados encontrados no teste de CMT (California Mastitis Test) com as análises bacteriológicas. A seleção das vacas para o exame bacteriológico foi realizada por meio do resultado positivo para o diagnóstico clínico indireto do CMT. A partir desse resultado, foram coletadas 77 amostras de 147 vacas de quatro rebanhos leiteiros. De um total de 588 quartos mamários examinados, observou-se perda de 15 quartos mamários, totalizando uma porcentagem de 2,55% de quartos mamários inutilizáveis. Cinco animais (3,40%) apresentaram mastite clínica em 17 quartos mamários (2,97%) e 69 (46,94%) dos animais com reação ao CMT, com 153 quartos (26,70%) positivos ao teste CMT. Os gêneros de bactérias isoladas na mastite foram: Staphylococcus spp. (55,10%), Streptococcus spp. (30,61%), Corynebacterium spp. (6,12%) e Gam negativas (8,16%). Os fatores de risco identificados para a mastite foram o sistema de criação a pasto, processo de secagem dos tetos, não realização de desinfecção dos tetos antes e depois da ordenha, limpeza inadequada do equipamento de ordenha e hábitos higiênicos dos ordenhadores. As bactérias mais frequentemente isoladas foram estafilococos, o que provavelmente é devido ao contínuo aumento da resistência aos antibióticos utilizados na terapia do rebanho e as más condições de higiene de quem trabalha diretamente na ordenha. O isolamento de três gêneros de microorganismos de 77 amostras de leite indica a origem plurietiológica da mastite.
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