A ovinocultura é uma importante atividade agropecuária desenvolvida no Brasil, sendo bastante difundida em todo o território nacional, havendo registro desses animais sendo criados nas diversas regiões, muitas vezes, em situações inóspitas tanto nutricionais como ambientais, o que, geralmente, prejudica sua eficiência produtiva. Neste cenário, a ovinocultura tem demandado métodos de avaliação metabólico-nutricional, motivada pela casuística de doenças metabólicas apresentadas. Assim, o hemograma auxilia no diagnóstico e na prevenção dessas doenças, participando como meio semiológico auxiliar na definição de diagnósticos e acompanhamento dos tratamentos das inúmeras enfermidades, sendo fundamental a determinação de valores de referência do hemograma dos animais sadios, bem como dos fatores causadores de suas variações. Dentre esses fatores, merece destaque a influência dos fatores ambientais, uma vez que animais criados sob diferentes condições edafoclimáticas e de manejo apresentam variações de perfil hematológico. Desta forma, foi objetivo deste trabalho avaliar a influência do período do ano (seco/chuvoso) sobre o hemograma de ovelhas Santa Inês criados no Cerrado Sul Maranhense. Utilizou-se 12 ovinos Santa Inês machos, castrados, idade média de 08 meses, mantidos em regime semi-intensivo, alimentados a pasto, com suplementação concentrada, mineral e água ad libitum. Para os testes hematológicos, procedeu-se uma coleta de sangue, em cada uma das épocas, para realização do eritrograma. Os parâmetros hematológicos pesquisados foram hemácias (HE), hemoglobina (HB), hematócrito (HT) e volume globular médio (VGM). O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, com dois tratamentos, período seco e chuvoso, e doze repetições. No período seco, o valor encontrado de hemácias (HE) apresentou–se superior (p < 0,05) ao do período chuvoso, apresentando valores de 5,57 e 4,61 x106/µL respectivamente. Com relação à hemoglobina, observou-se diferença significativa (p< 0,05) entre as épocas, com maior valor para o período seco, o que já se esperava, devido à maior frequência respiratória apresentada neste período e, consequentemente, maior liberação de oxigênio via hemoglobina. Os valores dos parâmetros hematócrito (HT) e Volume Globular Médio (VGM) foram 12,78% e 39,70fl respectivamente, sendo que os do período seco foram superiores (p < 0,05) aos do período chuvoso. O perfil hematológico de ovinos Santa Inês criados no Cerrado Sul Maranhense sofreram diferença em função do período do ano, sendo que mostrou-se dependente da severidade da carga calórica imposta sobre o animal, reflexo da atividade dos mecanismo usados para manutenção da homeotermia do animal.
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