Intoxicação por Senecio spp. em bovinos na região central do Rio Grande do Sul: relato de doze casos

  • Autor
  • Nathálie Bonotto Ruivo
  • Co-autores
  • Camila Blanco Pohl , Luiza Rodegheri Jacondino , Henrique Jonatha Tavares , Vicente Salzano Rocha , Camila Azzolin de Souza , Marisa Marques da Silva , Marta Lizandra do Rêgo Leal
  • Resumo
  • O Senecio spp. também conhecido como maria-mole ou flor-das-almas é a intoxicação mais frequente atribuída a plantas no Rio Grande do Sul, causando grandes perdas econômicas e podendo ocasionar a morte do animal, além disso por se tratar de uma planta grande parte do rebanho pode ser acometido. Afeta geralmente bovinos, principalmente na forma de surtos. O princípio ativo do Senecio spp. É o alcaloide pirrolizidinico, hepatotóxico, que produz uma lesão crônica de forma irreversível. Os sinais clínicos incluem agressividade, emagrecimento progressivo, incoordenação, tenesmo e ocasionalmente prolapso retal, diarreia, decúbito e morte. A ingestão ocorre de forma espontânea ou acidental, principalmente durante os meses de maio a agosto, período que a planta está em brotação e apresenta maior concentração de alcaloides. O prognóstico é dependente da quantidade da planta ingerida pelo animal. Neste contexto, objetivou-se descrever aqui a ocorrência e análise de alguns fatores relacionados a intoxicação por Senecio spp. em bovinos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (HVU-UFSM), nos anos de 2016 e 2017. Durante esse período, dose casos de seneciose foram confirmados através dos sinais clínicos, necropsias, lesões macroscópicas e lesões histopatológicas. Aproximadamente 46% dos casos foram relatados no mês de março, provavelmente pela menor oferta de forragem nesta época, e os demais distribuídos em outros meses. Os animais eram provenientes de propriedades de Santa Maria e municípios vizinhos tais como: São Gabriel, Cacequi, Faxinal do Soturno, Rosário do Sul e Mata. Através do levantamento dos dados, observou-se que a queixa principal era o emagrecimento progressivo, diarreia, e pelos arrepiados, alguns ainda apresentavam palidez das mucosas. Na maioria dos casos, os animais eram criados em campo nativo e alguns, após manifestarem os sinais clínicos, eram transferidos para pastagem, mas mesmo assim não apresentavam melhora. No exame físico, foi realizada a percussão do fígado que se apresentava, frequentemente, com som timpânico; a albumina estava abaixo dos valores de referência para a espécie em todos os animais, variando de 0,9 a 2,5 g/dL. Em dois dos animais, que se apresentavam pouco debilitados, foi realizada a biópsia hepática. Os principais achados macroscópicos de necropsia foram fígado com bordos arredondados e consistência firme, sendo que em dois bovinos havia, concomitantemente, a presença de fascíola hepática. Na histopatologia foram encontrados hepatomegalocitose, fibrose hepática e proliferação dos ductos hepáticos. Por ser uma intoxicação sem tratamento especifico, medias profiláticas devem ser adotadas para o controle do Senecio spp., tais como a utilização de ovinos em pastoreio conjunto com os bovinos, manejo das pastagens e calagem do solo para controlar o pH, pois a planta tem afinidade por solo ácido.  

  • Palavras-chave
  • Maria-mole, Seneciose, Alcaloides pirrolizidínicos, Plantas tóxicas
  • Área Temática
  • Enfermidades Metabólicas, Tóxicas e da Produção
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