O Agronegócio no Brasil assume uma posição de destaque. Em 2016, 24% do Produto Interno Bruto (PIB) do total de R$6,27 trilhões, veio deste setor. A pecuária corresponde a 31% do PIB total do agronegócio. Neste cenário, a pressão por produção e produtividade é alta e já não há mais espaço para atuar de forma ineficiente. A produção de bovinos de corte em confinamento vem alinhado com esse novo modelo empresarial pois possibilita maiores ganhos por área devido a produção de mais @ em menor tempo, com qualidade e acabamento de carcaça superiores quando comparado a sistemas extensivos. Este sistema é caracterizado por custo de produção elevado e alto risco, sendo necessário conhecer, monitorar e controlar indicadores de performace que norteiam o desempenho do sistema. Neste estudo, afim de avaliar o efeito do coeficiente de variação de peso inicial dos lotes sobre o desempenho produtivo em animais confinados, conduziu-se um experimento com 721 lotes, totalizando 73.899 animais, das raças Nelore, Anelorado, Aberdeen Angus e Cruzado Leiteiro, com idade média de 24 meses, confinados durante o período médio de 111 dias, no estado de Minas Gerais. Os dados utilizados, peso, ganho de peso diário e consumo foram coletados através dos softwares de gerenciamento em rastreabilidade e confinamento - Tecnologia e Gestão de Rastreabilidade (TGR) e Tecnologia e Gestão de Confinamento (TGC). As variáveis estudadas foram coeficiente de variação (CV) do peso inicial correlacionando com peso final, ganho médio diário (GMD), eficiência alimentar e eficiência biológica. Os animais foram submetidos a uma apartação inicial onde foi levado em conta, peso, composição racial e idade média. Os lotes foram submetidos ao mesmo manejo nutricional. O método de análise dos dados utilizado foi estatístico descritivo simples. O peso médio de entrada dos animais no confinamento e peso médio final foram de 350 e 500 kg, com coeficiente de variação (CV) médio por lote de 6% e 8% respectivamente. O ganho médio diário (GMD) foi de 1,53 kg com CV de 20%. Percebeu-se através do estudo que o CV do peso inicial é uma variável independente do peso de entrada dos animais. Lotes que apresentaram maior CV de entrada também foram mais desuniformes, apresentando maior CV de saída. Quando comparado ao GMD, lotes com CV inferiores, apresentaram maior GMD e menor CV do ganho. Observou-se também que os lotes com menores CV apresentaram melhores resultados quanto a conversão alimentar (p <.0001), eficiência biológica (p<.0001). Logo, a variação do coeficiente do peso de entrada torna-se um importante indicador a ser gerenciado, por afetar importantes índices zootécnicos.
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