Sepsis due to omphalophlebitis in a Guzerá calf
Nathália Maria de Andrade MAGALHÃES1*, Eduardo Hálasson Araújo ALVES2, Giuliane Hélen LIMA2, Yago Silva VILAROUCA2, Elwis Wictor Rodrigues GONÇALVES2, Kalina Maria de Medeiros Gomes SIMPLÍCIO2.
1UNINTA – Centro Universitário, Departamento de Medicina Veterinária, Sobral, CE, Brasil.
E-mail: nathalia.andrade07@hotmail.com
2UNINTA – Centro Universitário, Departamento de Medicina Veterinária, Sobral, CE, Brasil.
As inflamações umbilicais, onfalites, podem incluir as artérias umbilicais, veias umbilicais, o úraco ou estruturas próximas ao umbigo, podendo disseminar-se, por meio do sistema porta para diversos órgãos, como pulmões, articulações, intestino e cérebro, dentre outros, resultando em complicações como broncopneumonia, poliartrite, diarreia e meningite, respectivamente. Podem ser causadas por diversos fatores, especialmente falhas de manejo, como cauterização umbilical mal feita e higiene ambiental deficiente. Foi encaminhado ao Hospital de Grandes Animais do Centro Universitário - UNINTA um bezerro guzerá, macho, com 28 dias de idade, para drenagem de abcesso no membro posterior esquerdo (MPE). Ao exame clínico observou-se claudicação grau IV no MPE, com aumento de volume de aproximadamente 15 cm de diâmetro da articulação fêmuro-tíbio-patelar (FTP) e flutuante à palpação. O volume foi puncionado, constatando-se presença de exsudato fibrinopurulento. A região umbilical apresentava-se espessada, sensível e firme à palpação. Observou-se ainda, diarreia profusa, esbranquiçada e fétida, desidratação e uma pequena fístula na articulação carpo-metacárpica do membro anterior direito (MAD), também drenando secreção purulenta. Durante os 5 dias de internamento, realizou-se sondagem oroesofageana para administração de leite, fluidoterapia intravenosa diária com ringer lactato durante 3 dias, aplicação intravenosa única de solução polivitamínica e mineral, antibioticoterapia sistêmica com cefalosporina de 3ª geração e anti-inflamatório não esteroidal, além de drenagem do abcesso da articulação FTP do MPE e limpezas diárias das feridas presentes, com aplicação tópica de pasta antibiótica, assim como unguento repelente e cicatrizante. Apesar do protocolo terapêutico instaurado, o animal apresentou evolução desfavorável do quadro clínico, prostrando-se progressivamente e demonstrando perda de função da articulação FTP do MPE, além de não se alimentar, mesmo quando auxiliado. Portanto, decidiu-se pela eutanásia do bezerro e foi realizada a necropsia. Dentre os achados mais relevantes, ressalta-se o espessamento e presença de secreção purulenta na veia umbilical. Fígado aumentado de volume, com coloração acastanhada pálida e lobulação evidente, caracterizando esteatose hepática. Articulação FTP do MPE com cápsula espessa, presença de exsudado fibrinopurulento de odor intensamente fétido e fragmentos de fibrina. Articulação cárpica-metacárpica do MAD com coleção de pus (flegmão) e ambas articulações apresentando cartilagem articular com áreas de hiperemia multifocal. Pleurite e presença de piotórax, com espaço pleural direito contendo cerca de 350 mL de exsudato purulento. Diante deste quadro, foi estabelecido o diagnóstico de septicemia secundária à onfaloflebite. Cuidados neonatais, como a cauterização efetiva do umbigo, vulgarmente chamada de “cura do umbigo”, e fornecimento adequado de colostro, além de ações simples e de baixo custo, são de suma importância, pois previnem uma série de condições negativas para qualquer unidade produtiva. Vale salientar ainda, a importância da realização de necropsias, seja em ambiente acadêmico/hospitalar ou a campo, como uma valiosa ferramenta de auxílio-diagnóstico, possibilitando a comprovação ou não da suspeita clínica e também auxiliando na elaboração de planos profiláticos na propriedade.
Palavras-chaves: onfalopatia, cuidados neonatais, bovinos.
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