Diagnóstico sorológico de anticorpos anti-Brucella abortus em pequenos ruminantes do estado de Sergipe, Brasil
Serological diagnosis of anti-Brucella abortus antibodies in small ruminants in the state of Sergipe, Brazil
As seis espécies do gênero Brucellas não são específicas de um hospedeiro, mas possuem predileção por determinadas espécies animais como; a B. abortus coma bovinos, a B. ovis com ovinos e a B. melitensis, que nunca foi diagnosticada no Brasil, com caprinos. No entanto a B. abortus pode infectar pequenos ruminantes, principalmente em criações consorciadas com bovinos, onde a transmissão pode ocorrer por via digestiva a partir do contato com secreções e abortamentos, além do fornecimento de leite de vacas soropositivas a cabritos e cordeiros. Os animais infectados poderão apresentar distúrbios reprodutivos como; aborto, retenção de placenta e orquite, tornando-se também potenciais transmissores da doença ao homem. Tendo em vista, pesquisar a ocorrência de pequenos ruminantes criados no estado de Sergipe, Brasil soropositivos a B. abortus, através da Técnica do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) corado com Rosa Bengala (RB) preparado e comercializado pelo Instituto Biológico de São Paulo, onde observa-se a formação de grumos de aglutinação nos soros positivos, foram coletadas amostras sanguíneas de 1.200 ovinos e 675 caprinos oriundos respectivamente de sessenta e 41 propriedades localizadas em 25 municípios sergipanos entre os anos de 2011 e 2014. A escolha dos municípios e das propriedades foram realizadas de acordo com a divisão do estado (mesorregiões; leste, agreste e sertão), conveniência, facilidade de acesso e disponibilidade dos produtores, sendo selecionados, aleatoriamente por conveniência, de sete a vinte animais por rebanho de diferentes padrões zootécnicos, aparentemente hígidos e com idade superior a seis meses. Das 1.875 amostras coletadas (83% de fêmeas e 17% de machos), foram diagnosticadas quatro (0,21%) fêmeas soropositivas, sendo três ovelhas da raça Santa Inês (0,25% dos 1.200 ovinos) e uma cabra sem raça definida (0,15% dos 675 caprinos). Em 3,33% (2/60) e 2,44% (1/41) das propriedades de ovinos e caprinos foram diagnostica ao menos um animal soropositivo. Todas elas adotavam a criação consorciada com bovinos, o que foi observado em 85% (51/60) e 41,5% (17/41) dos criatórios de ovinos e caprinos estudados. As três propriedades com animais soropositivos apresentaram ocorrência de 10% (1/20) a 20% (2/20), e estavam localizadas em diferentes municípios (Simão Dias, Estância e Salgado), representando 12% (3/25) dos pesquisados. Em relação as mesorregiões; na sertão (n=504) todos animais foram soronegativos, enquanto na agreste e leste foram diagnosticados dois animais cada uma, representando 0,39% (2/513) e 0,23% (2/858) dos pequenos ruminantes coletados nas respectivas mesorregiões. Nenhum dos soropositivos eram criados no sistema extensivo, predominantemente observado na mesorregião sertão, que possui clima mais seco em relação as demais, reduzindo a disponibilidade das Brucellas no ambiente, podendo ser um dos motivos de pequenos ruminantes soropositivos nessa mesorregião. A presença de anticorpos anti-B. abortus em rebanhos sergipanos de pequenos ruminantes é baixa, no entanto faz-se necessário medidas de controle, profilaxia, diagnóstico, segregação e descarte, para que os rebanhos se tornem livres da infecção, principalmente em propriedades que criam bovinos de forma consorciada devido a predileção da B. abortus a essa espécie de ruminante doméstico.
Palavras-chaves: Antígeno Acidificado Tamponado, Brucelose, caprinos, ovinos, Rosa Bengala.
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