Pododermatite Infecciosa em Carneiro: Relato de Caso. Infectious pododermatitits in Ram: Case Report

  • Autor
  • Isabela Lira Carreiro
  • Co-autores
  • Méd. Vet. Jóbson Felipe de Paiva Cajueiro (MsC) , Méd. Vet. Rodolfo José Cavalcanti Souto (MSc) , Méd.Vet. Luíz Teles Coutinho (MSc) , Méd. Vet. Maria Isabel de Souza (MSc) , Nivaldo de Azevêdo Costa (PhD) , Méd. Vet. José Augusto Bastos Afono (PhD) , Méd. Vet. Gustavo Ferrer Carneiro (PhD)
  • Resumo
  • A pododermatite infecciosa está entre as enfermidades podais mais frequentes entre pequenos ruminantes. Também denominada de “footrot”, trata-se da infecção da pele do interdígito e da lâmina sensitiva do casco, podendo causar desde uma claudicação severa e prolongada à necrose local e óbito do paciente em virtude do estado debilitante pela infecção bacteriana sistêmica. É causada pela ação sinérgica entre bactérias, Dichelobacter nodosus, agente responsável pela transmissão entre os animais, e Fusobacterium necrophorum, presentes no meio ambiente e fezes, promovendo uma dermatite interdigital que propicia o desenvolvimento do D. nodosus, sendo o mesmo um parasito obrigatório do dígito de ruminantes. A exposição por longos períodos a ambiente e pastagens úmidas, em condições adversas do solo predispõem à infecção e a transmissão entre os animais. O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso de Pododermatite Infecciosa em Reprodutor ovino, com ênfase no tratamento local e sistêmico acompanhado de estudo radiológico da evolução do caso. Foi encaminhado à Clínica de Bovinos de Garanhuns um ovino, macho, reprodutor da raça Santa Inês utilizado como doador de sêmen, com claudicação de apoio grau II do membro anterior esquerdo (MAE), que havia sido tratado na propriedade de origem com tratamento local (não especificado) sem melhora. Na exploração dos cascos constatou-se que no MAE havia necrose da lâmina do casco e odor fétido que estava restrita à superfície do casco cuja sola estava mole, porém não havia dermatite do espaço interdigital ou da banda coronária. Foi então solicitado exame radiológico onde foi constatado fratura e osteomielite da falange distal do dígito medial. Foi instituído tratamento local, com casqueamento corretivo, aplicação diária de formol a 5% na sola e Dimetilsulfóxido (DMSO) na quartela, ambos durante 15 dias, e tratamento sistêmico com 10 aplicações, intramusculares de fenilbutazona (8,8 mg/kg) e cinco aplicações de omeprazol (0,4mg/kg) por via oral a partir do 6º dia de tratamento com anti-inflamatório. A fim de aliviar a pressão de apoio no membro afetado foi colocada uma vasta cama de raspas de madeira ("maravalha" ou "cavaco") na baia do paciente. Para acompanhamento da evolução do caso além do exame físico diário foi realizado acompanhamento radiológico a cada 30 dias. Ao término do tratamento local e sistêmico houve uma melhora da claudicação de apoio que caiu para grau I. Na segunda radiografia, 30 dias após a primeira, no lugar da fratura inicial havia um tecido ósseo em formação, mais extenso que na falange normal, em que o periósteo não estava bem definido (calo ósseo). No terceiro exame radiográfico, 60 dias após o primeiro, não havia diferença entre as falanges distais do MAE e o animal já não apresentava claudicação. Portanto, o animal apresentou uma recuperação total da fratura e osteomielite, retornando as atividades de reprodução e coleta de sêmen sem apresentar nenhuma sequela. Como conclusão, constatou-se que o tratamento instituído foi eficaz na recuperação total da fratura da falange, assim como foi possível voltar a suas atividades normais em um espaço de 60 dias sem apresentar nenhum tipo de comprometimento nas mesmas.

  • Palavras-chave
  • Claudicação, ovino, Footrot, Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum.
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