Efeito da Pododermatite Infecciosa na qualidade seminal pós-descongelamento em Carneiro

  • Autor
  • Lucas Facundo Moura Tobal
  • Co-autores
  • Andreza Viana Rodrigues , Diogo Gutemberg Nascimento Bezerra , Bruna Raphaella de Farias Santos , Maria Clecia Machado Costa , Jobson Filipe de Paiva Cajueiro , Breno Barros de Santana , Gustavo Ferrer Carneiro
  • Resumo
  • Uma boa locomoção é fundamental para a eficiência reprodutiva dos animais. As patologias podais afetam diretamente o bem estar animal e produzem prejuízos econômicos substanciais devido a dor, dificuldade de locomoção, infertilidade temporária, perda de peso e condição corporal, desvalorização do animal e possível eliminação prematura do rebanho. A pododermatite infecciosa está entre as enfermidades podais mais frequentes entre pequenos ruminantes. Também denominada de “footrot”, trata-se da infecção da pele do interdígito e da lâmina sensitiva do casco, podendo causar desde uma claudicação severa e prolongada à necrose local e óbito do paciente em virtude do estado debilitante dos animais ou pela infecção bacteriana sistêmica. É causada pela ação sinérgica entre bactérias, Dichelobacter nodosus, agente responsável pela transmissão entre os animais, e Fusobacterium necrophorum, presentes no meio ambiente e fezes, promovendo uma dermatite interdigital que propicia o desenvolvimento do D. nodosus, sendo o mesmo um parasito obrigatório do dígito de ruminantes. É sabido que a pododermatite tem um efeito negativo na reprodução não só pela dificuldade do animal realizar a cópula, mas também em virtude do aumento da temperatura corpórea associada a infecção localizada e associação de medicamentos utilizados no tratamento que levam a uma reduzida qualidade seminal e um impedimento na fertilidade. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da Pododermatite infecciosa no percentual de palhetas aprovadas pós-descongelamento em um reprodutor ovino da Raça Santa Inês em regime de congelamento de sêmen apresentando um caso crônico de Pododermatite Infecciosa. O animal apresentou claudicação de apoio grau II no membro anterior esquerdo (MAE), necrose da lâmina do casco e odor fétido que estava restrita à superfície do casco cuja sola estava mole, porém não havia dermatite do espaço interdigital ou da banda coronária. Foram congeladas 2216 palhetas sendo aprovadas 1074 (48,4%). Apesar de todas as amostras colhidas terem sido congeladas mediante parâmetros preconizados pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal CBRA (2010), selecionando antes da congelação amostras que apresentaram parâmetros espermáticos mínimos de 70% de motilidade e 3 de vigor além de 60% de viabilidade pela coloração da eosina-nigrosina e no máximo 20% de alterações morfológicas em câmara úmida (PBS + glutaraldeído a 0,2%). Durante o período do tratamento da pododermatite, apenas 18,6% (155/832) das palhetas foram aprovadas de acordo com as normas do MAPA determinadas pelo CBRA. Após o tratamento, 66,4% (919/1384) das palhetas congeladas foram aprovadas pós-descongelamento (p<0,05). Como conclusão, reprodutores que apresentarem pododermatite infecciosa na fase aguda ou crônica devem ser temporariamente afastados da reprodução e/ou do regime de congelamento de sêmen até sua completa recuperação para que se obtenha um melhor resultado de fertilidade e/ou de palhetas aprovadas pós-descongelamento.

  • Palavras-chave
  • Claudicação, ovino, Footrot, congelamento de sêmen, infertilidade
  • Área Temática
  • Reprodução e Biotecnologia
Voltar Download
  • Clínica Médica
  • Diagnóstico por Imagem
  • Patologia Clínica
  • Clínica Cirúrgica e Anestesiologia
  • Patologia
  • Doenças Infectocontagiosas e Saúde Coletiva
  • Enfermidades Parasitárias
  • Reprodução e Biotecnologia
  • Enfermidades Metabólicas, Tóxicas e da Produção
  • Extensão Rural
  • Produção Animal

Comissão Organizadora

IV CONEB

Comissão Científica