Broncopneumonia em ovino associado ao ectima contagioso – Relato de caso

  • Autor
  • Samara dos Santos Silva
  • Co-autores
  • Laynaslan Abreu Soares , Isabela Calixto Matias , Ana Valéria Mello Sousa Marques
  • Resumo
  •  

    Dentre as doenças respiratórias que mais acometem ovinos, a broncopneumonia é a mais frequente, devido a sua alta morbidade. Esta patologia é caracterizada por inflamação dos bronquíolos, parênquima e pleura a partir de agentes infecciosos, que associados ao estado imunológico, tipo de manejo e condições ambientais, determinam o grau de severidade da enfermidade. De etiologia múltipla, sua ocorrência está relacionada principalmente a Mannhemia haemoluytica, bactéria mais amplamente descrita em casos de criações em sistemas intensivos. Os animais acometidos manifestam retardo no ganho de peso, que aliado a realização de métodos de diagnóstico e tratamento, resulta em grandes perdas econômicas. Foi atendido na Clínica Médica de Grandes Animais (CMGA) do Hospital Veterinário do IFPB - Campus Sousa, um ovino, macho, mestiço da raça Dorper, com um ano de idade, pesando aproximadamente 40 kg/PV, criado em aprisco de chão batido com outros cinco ovinos de faixa etária semelhante, com queixa de há dois dias, apresentar lesões crostosas na comissura labial, condizente com ectima contagioso. Estes animais estavam, há dois meses, em período de adaptação para realização de um experimento, passando do sistema semi-intensivo para intensivo. Durante o exame clínico, além das lesões crostosas na comissura labial, foi observado aumento dos linfonodos pré-escapulares, secreção nasal serosa bilateral, dispnéia expiratória e episódios de tosse improdutiva. Em seguida foram solicitados exames complementares (hemograma e citológico). O hemograma revelou leucocitose neutrofílica. No exame citológico do swab nasofaríngeo, verificou-se presença de infiltrado inflamatório neutrofílico, com presença de muco e grande quantidade de neutrófilos degenerados associados a estruturas semelhantes a cocos e bastonetes, sugerindo o envolvimento de um processo bacteriano. Mediante a anamnese, sinais clínicos encontrados e o resultado dos exames complementares, chegaram-se ao diagnóstico de ectima contagioso associado à broncopneumonia. Foi instituído o tratamento do ectima contagioso com a limpeza das lesões com Iodo Glicerinado (10%) a cada 24 horas, durante 9 dias. Para o tratamento da broncopneumonia inicialmente utilizou-se Penicilina 7500UI/kg, IM, a cada 48 horas durante 5 dias e Óleo Canforado 5mL a cada 24 horas durante 6 dias. Como após 5 dias, não houve resposta ao tratamento, foi prescrito Oxitetraciclina, IM, 1mL/10kg a cada 48 horas durante 9 dias, associada a nebulização com 5mL de NaCl 0,9% e 1ml de Óleo Canforado, a cada 12 horas, por 10 minutos durante 3 dias. Após o término do tratamento, o animal apresentou recuperação satisfatória e recebeu alta. Acredita-se que a doença respiratória ocorreu secundariamente ao ectima contagioso, devido à baixa imunidade, relacionada a fatores ambientais desfavoráveis, presença de muita poeira devido ao tipo de piso e ventilação inadequada. Estes fatores podem ter influenciado na rápida taxa de replicação das bactérias, comprometendo o pulmão e manifestando os sinais clínicos. Apesar do ectima contagioso apresentar baixa mortalidade, quando associado a miíases ou infecções secundárias pode elevar essa taxa até 50%. Com um diagnóstico precoce e eficiente, se torna possível estabelecer medidas adequadas de controle e profilaxia.

  • Palavras-chave
  • Afecção respiratória, Boqueira, Imunidade, Pequenos ruminantes, Sanidade
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