A tuberculose bovina é uma doença infectocontagiosa de amplitude mundial e, embora passível de tratamento em humanos, permanece na atualidade como um importante problema de saúde pública. O agente causador Mycobacterium bovis é um patógeno que pode provocar infecções graves no homem e nos animais, podendo propagar de indivíduo para indivíduo. Objetivou-se identificar a tuberculose em humanos que trabalham em matadouros e em animais abatidos neste ambiente no estado de Alagoas. Foram colhidos 200 fragmentos de pulmão de bovinos provenientes de três principais matadouros oficiais do Estado de Alagoas e 63 amostras de escarro de trabalhadores destas instalações. Das amostras colhidas de fragmento de pulmão de bovino, foi realizado imprint em lâminas e as secreções provenientes do escarro humano foram submetidas à baciloscopia. O material biológico de ambas as amostras foi fixado e corado por método de Ziehl-Nielsen e examinadas sobre microscopia de imersão. Verificou-se após a leitura microscópica que 6,0% (12/200) das amostras de fragmentos de pulmão bovino apresentaram presença de BAAR (Bacilo Álcool-Ácido Resistente), visualizando-se no microscópio bastonetes de coloração avermelhada, proporcionados de forma isolada. Após análise minuciosa classificou-se as amostras supracitadas como positivas (+), devido à presença de 10 a 99 BAAR em 100 campos, devidamente anotados no papel quadriculado para leitura microscópica. Em relação à baciloscopia de material de escarro humano, 9,52% (6/63) das amostras apresentaram presença sugestiva de BAAR, distribuídos também de forma isolada. No entanto, a classificação para as amostras de escarro humano foi tida como suspeita, uma vez que foram encontrados de 1 a 4 BAAR por 200 campos. Com base nos resultados da pesquisa, a disseminação da tuberculose zoonótica humana no estado de Alagoas é proveniente da falta de controle da doença nos animais, da ausência de fiscalização no recebimento de animais infectados destinados ao abate, e do não uso dos equipamentos de proteção individual nestes matadouros. Sendo a Tuberculose um risco eminente para trabalhadores de matadouros em Alagoas, visto que a presença de BAAR nas amostras não pode ser descartada. Além disso, a doença pode disseminar para a população consumidora desta carne.
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