Os ovinos da raça Santa Inês, originada da região Nordeste, podem apresentar diferentes alterações fisiológicas que variam de acordo com idade, tipo de parto, sexo, bem como de outras raças exploradas em nosso país. Na clínica médica de ruminantes, parâmetros fisiológicos neonatais ainda são pouco estudados nas diferentes regiões brasileiras e, levando em consideração cada raça, torna-se importante o estudo das variações para melhor atender as necessidades dos recém-nascidos. Para tanto, foram coletados os dados fisiológicos de peso corporal (PC), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR), tempo de preenchimento capilar (TPC) e turgor cutâneo (TC) nas primeiras 96 horas de vida em 54 borregos da raça Santa Inês em uma propriedade no município de Estância – Sergipe, e os dados foram comparados entre os animais nascidos de parto simples (PS) e parto gemelar (PG). Os resultados foram inicialmente analisados por delineamento em blocos ao acaso utilizando modelos mistos, objetivando minimizar as interferências externas ao animal que ocorreram nos diferentes momentos das coletas. Posteriormente, utilizou-se o procedimento PROC MIXED do SAS© (P ? 0,05) e recursos computacionais da MINITAB© (P ? 0,05) para elaboração de tabelas e gráficos. A média de PC para animais de PS foi de 4,07kg e de 3,23kg para animais de PG, a FC foi de 165,4bpm para os de PS e de 166,8bpm para os de PG, a FR foi de 62,8mpm no animais PS e de 56,3mpm no de PG, a TR apresentou média de 39,1ºC para PS e 38,8ºC para os de PG, a média do TPC foi de 2,06s para PS e de 1,87s para PG, e o TC mostrou média de 1,80s para PS e de 1,63 para PG. O tipo de parto dos animais teve influência em todos os parâmetros analisados com exceção da frequência cardíaca. Isso pode acontecer pela divisão de nutrientes e até mesmo pela oferta alimento nos primeiros dias de vida entre os fetos de PG, onde, para os animais de PS essa oferta é concentrada em apenas um animal. Concluiu-se que os neonatos nascidos de parto gemelar possuem um atraso no desenvolvimento fisiológico demonstrada em uma fragilidade dos parâmetros fisiológicos devendo-se para tal aumentar os cuidados com boas práticas de manejo principalmente no terço final da gestação e nos primeiros dias de vida dos cordeiros.
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