Retrospective research about ruminal lactic acidosis in small ruminants attended on Clínic of Bovines of Garanhuns/UFRPE
Lucas da Costa DUTRA1*, Táyrlla Polessa Rodrigues SILVA¹, Jobson Filipe de Paula CAJUEIRO2, Maria Isabel de SOUZA 2, Luiz Teles COUTINHO2, Carla Lopes de MENDONÇA 2, José Augusto Bastos AFONSO 2, Rodolfo José Cavalcanti SOUTO2
¹ Residente, Programa de Sanidade de Ruminantes, Clinica de Bovinos de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Garanhuns, Pernambuco, Brasil. E-mail: lucascdutra@hotmail.com
2 Clinica de Bovinos de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco – Garanhuns, Pernambuco, Brasil.
A acidose ruminal é um transtorno digestivo de extrema relevância dentro da clínica de ruminantes, ocasionada pela ingestão de grande quantidade de carboidratos em um curto espaço de tempo por animais não adaptados ou devido a ingestão excessiva de forma abrupta por animais já adaptados, podendo levar o animal a morte caso esse transtorno não seja diagnosticado e tratado de forma correta e rápida. O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento referente a casuística de acidose láctica ruminal em pequenos ruminantes, entre os animais atendidos na Clínica de Bovinos, Campus Garanhuns/UFRPE, abrangendo os anos de 2007 a 2016. Durante os referidos anos foram diagnosticados ao todo 48 casos em pequenos ruminantes, sendo estes 45 ovinos e 3 caprinos. Os animais atendidos foram submetidos a anamnese, na qual pode-se constatar o predomínio da criação intensiva e semi-intensiva e alimentação composta por grande quantidade de carboidratos de fermentação rápida, porém foi relatado por alguns proprietários a ingestão demasiada desses alimentos de forma acidental. Após a anamnese foi realizado o exame físico e análise de fluido ruminal, sendo que os principais sinais clínicos apresentados pelos animais foram apatia (68,95%), desidratação (87,01%), taquicardia (52,76%), taquipneia (58,95%), anorexia (74,17%), timpania (75,14%), comprometimento da motilidade ruminal (85,45%) e diarreia (26,70%). Em relação à análise do fluido ruminal, merecem destaque: cor alterada (92,55%), odor alterado (92,55%), pH < 5,5 (72,88%), e a prova de redução do azul de metileno (PRAM) que ocorreu em mais de 10 minutos (62,09%). Foi constatado, ainda, que dos 48 animais atendidos, 47,60% foram a óbito e 52,30% receberam alta médica. A conduta terapêutica adotada aos animais foi estabelecida de acordo com a gravidade do caso, nos casos de maior complexidade foi instituído além do tratamento conservativo tratamento cirúrgico através da laparorumenotomia. O tratamento conservativo foi realizado por meio de sinfonagem do conteúdo ruminal, fluidoterapia com solução fisiológica a 0,09% e de bicarbonato de sódio a 1,3 % por via intravenosa para correção do desequilíbrio hidroeletrolítico, administração de bicarbonato de sódio via oral (0,5g/kg) para o reestabelecimento do pH ruminal e transfaunação até o animal reestabelecer a microbiota ruminal. Esse estudo confirma a acidose láctica ruminal como um importante transtorno digestivo responsável por provocar prejuízos para os criadores devido a elevada taxa de mortalidade apresentada pelos animais acometidos. Como forma de minimizar a morbidade e mortalidade dos animais, os criadores devem estabelecer um bom manejo alimentar em suas propriedades, fazendo bom uso dos concentrados ricos em carboidratos, para evitar o forte impacto negativo da acidose ruminal aguda em seus rebanhos.
Palavras Chave: Ovinos, Caprinos, Indigestão
Comissão Organizadora
IV CONEB
Comissão Científica