O Nordeste do Brasil é tradicional na criação dos pequenos ruminantes. As características de rusticidade das raças são apontadas como fator preponderante à adaptação de ovinos e caprinos ao clima típico da região, principalmente na Caatinga. No entanto, a produção dos rebanhos é muito baixa, onde as práticas usadas na criação caracterizam muito mais uma atividade de subsistência do que propriamente um sistema de produção. Algumas estratégias devem ser empregadas tendo em vista o aumento do potencial produtivo e reprodutivo destes rebanhos, a exemplo do monitoramento da sanidade do rebanho, a fim de minimizar as perdas econômicas advindas especialmente das parasitoses gastrointestinais. As coccidioses merecem destaque pelo comprometimento das vilosidades intestinais causadas por esses protozoários que contribuem para perda na absorção de nutrientes e consequentemente diminuição das proteínas plasmáticas totais, as quais que são importantes para o desenvolvimento dos animais. Este trabalho objetivou correlacionar o percentual de proteína plasmática total com a infecção causada por Eimeria sp. O estudo foi realizado no rebanho de ovinos e caprinos da fazenda escola do curso de Medicina Veterinária. Os animais são submetidos ao regime semi-intensivo. Participaram do estudo animais de idade e raça variada, e de ambos os sexos. As amostras fecais foram coletadas da ampola retal com o auxílio de sacolas plásticas. A coleta sanguínea foi por venopunção da jugular e utilização de agulhas de vacutteiner e tubos estéreis contendo anticoagulante, após previa antissepsia com álcool 70%. Todas as amostras foram acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo reciclável e encaminhadas aos Laboratórios de Doenças Parasitárias e Análises Clínicas, onde foram processadas imediatamente. Foi utilizada a técnica de Macmaster para contagem de oocistos por grama de fezes e o método de refratômetro para verificação da proteína plasmática total. Foi verificada uma média de Oopg do rebanho de 5.200, a média de ovinos de 7,030 com apenas 3 animais parasitados. A média de infecção dos caprinos foi de 440 oocistos, concentrados também em 3 animais. Observou-se uma média geral da proteína plasmática do rebanho de 6.2%. Sendo a média de ovinos e caprinos infectados de 5,9% e não infectados 6.4%. Quando comparada as taxas proteicas não foram observadas diferenças entre os infectados e os não infectados. Em conclusão, animais com coccidiose apresentam queda nos valores de proteína plasmática. Além disso, sugere-se que as perdas proteicas oriundas da má absorção dos nutrientes provocados pela Eimeriose não são tão intensas em pequenos ruminantes.
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IV CONEB
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