Fraturas em ruminantes são frequentes e refletem em perdas econômicas significativas na cadeia produtiva, muitas vezes, seguem sem atendimento veterinário, por alegação de inviabilidade no tratamento devido ao alto custo, chegando a ser superior ao valor do animal. As fraturas em membros são mais comumente encontradas em animais jovens, associada a traumas durante distocia, manuseio, pisoteio da mãe ou manejo inadequado. A seleção do método de tratamento para animais com faixa etária menor que seis meses de idade é uma consideração importante, pois é nesta fase que o crescimento ósseo ocorre mais rápido, facilitando assim a resolução do problema. O presente trabalho relata o caso de um caprino, fêmea, 3,2 Kg e 2 meses de idade com histórico de queda dos braços do proprietário, atendida em fevereiro de 2018 no Hospital Veterinário Dr. Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA). No exame físico o animal apresentava desidratação de aproximadamente 8% e frequência cardíaca aumentada, os demais parâmetros mantiveram-se dentro dos padrões de normalidade. Na palpação do membro posterior esquerdo percebeu-se instabilidade, edema e crepitação no corpo do fêmur. Foi realizado radiografia e verificado fratura oblíqua completa. O paciente foi submetido a intervenção cirúrgica para fixação da fratura com pino intramedular e cerclagem. Inicialmente procedeu-se com a sedação, sendo utilizado xilazina 2% (0,03 mg/kg) e induziu-se o animal com propofol (4 mg/kg) e diazepam (0,3 mg/kg). O caprino foi entubado por via orotraqueal e mantido em anestesia inalatória com isoflurano. Também foi realizado anestesia por via epidural com bupivacaína (1 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg). Com o animal em decúbito lateral direito, a fratura foi estabilizada com pino intramedular nº2.0 e duas cerclagens. O pós-operatório consistiu em limpeza diária da ferida, antibioticoterapia com ceftiofur (2,2 mg/kg), flunixin meglumine (0,5 mg/kg) e exercícios leves com aumento gradual. Com 3 dias pós cirúrgico, foi realizado um exame radiográfico, não sendo observadas alterações significativas. Após 15 dias do procedimento cirúrgico o animal apresentava deambulação adequada e foi portanto realizado outro exame radiográfico para o acompanhamento da cicatrização óssea, sendo evidenciado que o animal apresentava ótimo processo cicatricial. O animal recebeu alta clínica, sendo portanto evidenciado que o tratamento cirúrgico foi satisfatório.
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