HIDROPSIA DOS ENVOLTÓRIOS FETAIS BOVINA ASSOCIADA A RUPTURA UTERINA: RELATO DE CASO

  • Autor
  • Draenne Micarla dos Santos Silva
  • Co-autores
  • Tatiane Rodrigues da Silva
  • Resumo
  • HIDROPSIA DOS ENVOLTÓRIOS FETAIS BOVINA ASSOCIADA A RUPTURA UTERINA: RELATO DE CASO

    HYDROPS OF FETAL COVERING IN COW ASSOCIATED WITH UTERINE RUPTURE: CASE REPORT

           
    A hidropsia dos envoltórios fetais enquadra-se como uma afecção esporádica, cuja manifestação clínica sustenta-se no acúmulo exacerbado de líquido no saco alantoide (hidroalantoide) ou amniótico (hidroâmnion). Vários fatores são reportados na ocorrência desta patologia, sendo, de modo geral, o hidroâmnion atribuído a anomalias fetais e o hidroalantoide resultante de placentações anormais (alterações maternas). O presente relato descreve o caso de um bovino da raça holandesa, fêmea, plurípara, com seis anos de idade, atendido pelo setor de Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais do Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande, campus Patos-PB, com histórico de apresentar abaulamento abdominal bilateral há 45 dias, prenhez com período gestacional desconhecido e gestações anteriores com bezerros nascidos em eutocia. Ao exame físico constatou-se que o animal estava ativo, em anorexia, com mucosas oculares pálidas, escore corporal 2,0 (1-5), desidratado (7%), temperatura retal equivalente a 39.7ºC, frequência cardíaca de 120bpm, frequência respiratória de 56 mpm e hipomotilidade ruminal. Ademais, observou-se presença de bruxismo, gemidos, relutância ao levantar, permanecendo maior parte do tempo em decúbito lateral ou esternal, distensão abdominal bilateral ventral, aumento de volume que se estendia desde a prega de godin até a região de calcâneo de consistência macia e exibindo sinal de Godet positivo, áreas multifocais de coloração vermelho-enegrecida, irregulares e planas nos membros torácicos e pélvicos (hematomas). À palpação transretal verificou-se ausência de fezes na ampola retal, útero repousado no assoalho da cavidade abdominal, repleto de líquido, tornando feto e placentomas inacessíveis. Ao exame ultrassonográfico constatou-se útero com presença de conteúdo anecóico, ratificando o excessivo acúmulo de líquido intrauterino. Por paracentese obteve-se acentuada quantidade de líquido de caráter serosanguinolento. Os achados hematológicos denunciaram a presença de anemia normocítica normocrômica sem alterações nas variáveis leucocitárias e no nível de fibrinogênio plasmático. Vale ressaltar que o animal em pauta foi submetido a uma nova avaliação hematológica poucas horas após o exame inicial, revelando hipoproteinemia e queda brusca nos índices hematimétricos, o que indicou, portanto, a instalação de um processo hemorrágico de fase aguda. A soma das manifestações clínicas possibilitou o estabelecimento do diagnóstico presuntivo de hidropsia dos anexos fetais e prognóstico ruim. Deste modo, o tratamento foi realizado objetivando indução de parto através da administração endovenosa de 20 mg de dexametasona e 3 ml de prostaglandina F2? por via intramuscular, além de fluidoterapia parenteral com solução de ringer com lactato. Após 36h do protocolo de indução do parto, houve excreção de grande quantidade de fluido uterino e expulsão de um feto, com auxilio de manobra obstétrica, o qual apresentava anasarca e após este procedimento, o animal veio a óbito. O exame necroscópico revelou presença de um segundo feto sem alterações (denotando gestação gemelar) e ruptura uterina, confirmando o processo hemorrágico de fase aguda.  A hidropsia dos envoltórios fetais configura-se como uma patologia gestacional relevante, uma vez que o diagnóstico precoce e tratamentos que preservem a vida da fêmea, bem como, restabeleça as condições uterinas, ainda não foram alcançados, culminando, geralmente, na ocorrência de óbitos.   
    Palavras-chaves: líquido, útero, obstetrícia, placenta, patologia.

  • Palavras-chave
  • líquido, útero, obstetrícia, placenta, patologia.
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