A mastite é um processo inflamatório da glândula mamária de origem infecciosa ou não, sendo classificada como: clínica e subclínica. É uma das enfermidades de maior ocorrência em rebanhos leiteiros, embora possa ocorrer também em animais de corte. A doença é responsável por ocasionar enormes prejuízos econômicos decorrentes da diminuição na produção de leite, gastos com honorários veterinários e com medicamentos, além do descarte de animais. Objetivou-se com este trabalho verificar os principais microrganismos bem como a susceptibilidade in vitro aos antimicrobianos de isolados de mastite clínica e subclínica em caprinos e ovinos. Foram colhidas 21 amostras de leite selecionados aleatoriamente (6 fêmeas caprinas e 6 fêmeas ovinas), mestiças, com idade entre um e cinco anos, pertencentes a fazenda escola do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac. Realizaram-se os testes da caneca de fundo escuro e o California Mastits Tests (CMT) para detecção da mastite clínica e subclínica, respectivamente. Após os testes, foram realizadas as colheitas de amostras de leite das metades mamárias. Para tanto, os tetos foram devidamente desinfetados, lavados com solução de hipoclorito de sódio a 1%, secos individualmente com papel toalha descartáveis e após a realização da anti-sepsia com álcool iodado (2,5%), o material colhido foi colocado em tubos estéreis e enviado ao Laboratório de doenças infecciosas para a realização do exame microbiológico. Em seguida, as amostras foram semeadas em agar sangue ovino desfibrinado a 5% e as placas foram incubadas a 37°C, sendo realizadas leituras com 24, 48 e 72 horas. Após o crescimento das colônias, os microrganismos foram submetidos à técnica de coloração pelo método de Gram para observação das características morfotintoriais das bactérias. Para o teste de susceptibilidade in vitro aos antimicrobianos foi empregado o método de disco difusão de Kirby-Bauer, utilizando os seguintes antimicrobianos: amicacina (30 µcg), ampicilina (10 µcg), amoxicilina com ácido clavulânico (30µcg), cefalexina (30µcg), cefotaxima (30µcg), gentamicina (10µcg) norfloxacina (10µcg), neomicina (10µcg), penicilina G (10 UI) tetraciclina (30µcg). Nos testes da caneca e CMT foram detectados 42% (5/12) animais com mastite clínica e 58% (7/12) animais com mastite subclínica. Houve crescimento microbiano em 47,62% (10/21) das amostras avaliadas. Foram isolados 90% (9/10) de Staphylococcus sp. e 10% (1/10) de Streptococcus sp. Em relação ao teste de susceptibilidade, verificou que os maiores índices de resistência para Staphylococcus foram para os antimicrobianos ampicilina, penicilina G, tetraciclina (25%) e os maiores percentuais de sensibilidade foram para amicacina, amoxicilina com ácido clavulânico, cefalexina, cefotaxima, gentamicina, norfloxacina (100%) e neomicina (87,5%). Já para Streptococcus foi observado 100 % de sensibilidade aos antimicrobianos testados. Conclui-se que os microrganismos do gênero Staphylococcus são os principais agentes causadores de mastites clínicas e subclínicas em ovinos e caprinos, sugerindo a adoção de medidas de prevenção e controle para minimizar os prejuízos causados por esta enfermidade.
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