Correção de luxação patelar medial e fratura de Salter-Harris tipo IV em fêmur de caprino

  • Autor
  • Alane Pereira ALVES
  • Co-autores
  • Alexandra Melo OLIVEIRA , Thais Ribeiro FELIX , Dallyana Roberta dos Santos QUERINO , Lucas Beserra de CARVALHO , Davi Amon Pereira e SOUSA , Ewerton de Souza LIMA , Isabella de Oliveira BARROS4
  • Resumo
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    As fraturas em ruminantes ocorrem com relativa frequência resultando em perdas econômicas significativas para a cadeia produtiva. As fraturas mais comuns ocorrem em metacarpo e metatarso, sendo as fraturas de ossos longos menos frequentes. O objetivo deste trabalho é relatar uma osteossíntese de fêmur em caprino com fratura Salter-Harris tipo IV e luxação patelar medial. O animal deu entrada no Hospital Veterinário do CCA/UFPB com claudicação grau IV e crepitação em membro pélvico esquerdo, sendo então submetido a avaliação radiográfica nas projeções mediolateral e craniocaudal. No exame radiográfico foi visualizada a fratura Salter-Harris, localizada em terço distal do fêmur esquerdo, assim como esquirolas ósseas. Aumento da radiopacidade da gordura infrapatelar também foi visualizada, sugerindo ruptura de ligamento cruzado e possível deslocamento patelar. O animal foi encaminhado a cirurgia recebendo acepromazina (0,05 mg/kg) e xilazina (0,05 mg/kg) (IV) como medicação pré-anestésica, induzido com cetamina (2 mg/kg) e diazepam (0,1 mg/kg) IV e intubado com uma sonda orotraqueal para ser mantido no isoflurano. Posteriormente foi realizada anestesia peridural utilizando bupivacaína (0,7 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg) com o auxílio de um neurolocalizador periférico. Iniciou-se então artrotomia para-patelar lateral, sendo visualizado deslocamento medial da patela e o foco da fratura. Para correção da fratura utilizou-se fios de Kirschner de 2 mm, que foram introduzidos pelas superfícies articulares de forma cruzada e depois sepultados. Para luxação da patela a tróclea foi reposicionada e fixada com dois fios de Kirschner de 2 mm fixados na porção lateral e medial da tróclea. Posteriormente, procedeu-se à trocleoplastia em forma de bloco e a imbricação do retináculo. Depois, realizou-se a miorrafia em padrão simples contínuo e sutura do tecido subcutâneo com padrão de sutura intradérmico, ambos com fio absorvível sintético (poliglactina 910 2-0) e dermorrafia com fio nylon 3-0 padrão de sutura simples separado. No pós cirúrgico imediato foi administrado tramadol (1 mg/kg) e meloxican (0,5 mg/kg), IM. Em novo exame radiográfico realizado, observou-se redução da fratura e alinhamento ósseo. No pós operatório foi instituída terapia antimicrobiana (enrofloxacina-5 mg/kg, SID, 14 dias)  e anti-inflamatória (flunixina meglumina – 2,2 mg/kg, SID, 4 dias). Nos primeiros oito dias o animal demonstrou desconforto e apatia, porém posteriormente houve remissão dos sinais e alta médica 20 dias após a intervenção. Na clínica de ruminantes muitas vezes procedimentos ortopédicos não são realizados devido à comparação dos valores da cirurgia com o preço dos animais, mesmo assim é de importância o conhecimento de tais técnicas, demonstrando-se o sucesso obtido em casos como o do presente relato.

     

  • Palavras-chave
  • ortopedia, cirurgia, radiografia, anestesia.
  • Área Temática
  • Clínica Cirúrgica e Anestesiologia
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