Polioencefalomalacia em caprino – relato de caso

  • Autor
  • Ribamar Veríssimo Macêdo
  • Resumo
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    A polioencefalomalacia, também conhecida como necrose cerebrocortical, é caracterizada pelo amolecimento (malacia) da substância cinzenta (pólio) do encéfalo. É uma afecção nervosa não infecciosa, degenerativa, correlacionada em ruminantes a deficiência ou distúrbio no metabolismo da tiamina, que atua como cofator enzimático no ciclo de Krebs. Fatores como alterações na microbiota ruminal, decorrente da utilização indiscriminada de antibióticos, ou dietas ricas em grãos, podem levar a uma diminuição na produção da tiamina. A polioencefalomalácia é caracterizada histologicamente por necrose laminar do córtex cerebral seguida por inflamação com presença de macrófagos e cavitações, podendo ocorrer também malacia principalmente dos núcleos da base, tálamo e mesencéfalo. O objetivo do presente trabalho é descrever um caso de polioencefalomalacia, em um caprino, macho, 3 meses, 11Kg, sem padrão racial definido, criado de forma intensiva, com dieta a base de pasto nativo, concentrado a base de milho, e com acesso a restos de comida, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB. Na anamnese, o proprietário relatou que há dois dias o animal havia começado a ficar “rodando a cabeça”, berrando (balir), com andar cambaleante, cabeça voltada para cima e parado de se alimentar. No exame físico, os parâmetros fisiológicos estavam dentro da normalidade para a espécie, porém detectou-se apatia, ataxia, hipermetria, instabilidade ao se movimentar, desequilíbrio com episódios de queda, opistótono, torneios de cabeça e cegueira de origem central. O diagnóstico de polioencefalomalácia foi fechado, com base nos sinais clínicos, epidemiologia e resposta terapêutica positiva ao tratamento instituído a base de dexametasona (0.2 mg/kg EV, SID) e vitamina B1 (20mg/kg, IM, 6/6 horas), durante cinco dias. Devido a evolução satisfatória do quadro clínico e a abolição dos sinais clínicos, o paciente recebeu alta hospitalar. Portanto, a conduta terapêutica aplicada ao início dos sinais clínicos resultou em uma evolução clínica satisfatória, com bons resultados e promovendo a recuperação total do animal.

     

     

  • Palavras-chave
  • malacia, ruminantes, neuropatologia, tiamina
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