Meningite bacteriana em bovino neonato: relato de caso

  • Autor
  • Diego Rubens Santos Garcia
  • Co-autores
  • Airton Salviano Lima Júnior , Tatiane Rodrigues da Silva
  • Resumo
  • A meningite é uma afecção caracterizada pela inflamação das camadas que recobrem o sistema nervoso central e sua etiologia pode ser diversa, porém as causas mais comuns são a falha na transferência da imunidade passiva, falha na cura do umbigo, sequelas de procedimento cirúrgico e secundário a focos primários de infecção como a enterite. O objetivo do presente trabalho é descrever os fatores de risco, achados clínicos e patológicos de uma bezerra com meningite supurativa atendida pelo setor de Clínica Médica de Grandes Animais e Patologia Animal do Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB. A primeira avaliação deste animal foi realizada na propriedade de origem, e na obtenção do histórico foi descrito que se tratava de uma bezerra ainda na fase neonatal que após o nascimento apresentava fraqueza muscular e no décimo primeiro dia de vida apresentou desvio lateral da cabeça e cegueira. Na anamnese o tratador mencionou a incerteza quanto à ingestão adequada de colostro. Ao exame físico foi observado escore corporal 2,0 (1,0 – 5,0), cegueira e opacidade de córnea bilateral, secreção ocular serosa, maior sensibilidade a luz e ao toque no olho direito, desvio lateral de cabeça e relutância ao caminhar. Com base no estabelecimento do diagnóstico presuntivo de certatite, foi instituído tratamento oftálmico (limpeza com NaCl 0,9% - BID, colírio Still – BID e colírio tobramicina - BID). Em um período de 96 horas houve a evolução do quadro clínico e o animal foi levado ao HV/UFCG apresentando opistotono, nistagmo, decúbito lateral permanente, movimentos de pedalagem e hipertermia. Foi solicitado hemograma, onde foi evidenciado leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerda, com 36.100 de leucocitos totais, onde 85% eram segmentados, indicando um quadro grave de infecção bacteriana. A falha na ingestão de colostro, os sinais clínicos iniciais associado a apresentação clínica posterior e leucocitose, o diagnóstico clínico determinado foi de meningite bacteriana. O animal foi eutanasiado in extremis e durante a necropsia foi encontrado grande espessamento das leptomeninges pela presença de pus e fibrina e no córtex parietal bilateral havia uma áreas avermelhada. Nos rins haviam áreas multifocais branco amareladas que ao corte se aprofundavam ao parênquima. No exame histopatológico do sistema nervoso havia grande infiltrado inflamatório constituído por neutrófilos e áreas multifocais e coalescentes de moderada hemorragia e congestão acentuada e difusa e nos rins áreas multifocais e coalescentes de acentuado infiltrado inflamatório constituído de neutrófilos, macrófagos e alguns plasmócitos no insterstício do córtex renal. O diagnóstico necroscópico foi de Meningite fibrinossupurativa e nefrite intersticial supurativa (septicemia). Conclui-se que a falha na aquisição de imunidade passiva pode ter sido fator predisponente para ocorrência de meningite no animal em relato. Devemos considerar esta enfermidade como grave, desta forma, o diagnóstico deve ser instituído precocemente para que o tratamento adequado tenha eficácia.

  • Palavras-chave
  • neuropatia infecciosa, leucocitose, ruminante neonato
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